A Bacio di Latte, conhecida por sua produção de gelatos a partir de R$ 12, foi parar nos trending topics do Twitter.
Tudo começou quando o perfil @quasemiss, de Catharina Lima, 40, publicou uma foto de cinco potes de sorvete da Bacio, que ela ganhou de seu pai após passar por uma cirurgia. Não demorou para que a internet se mobilizasse em debates sobre a desigualdade social e a riqueza no país.
Ela chegou a ser "cancelada" na internet, mas ainda compartilhou postagens a respeito da polêmica, retuitando um print que dizia que o mês de cancelar quem tem pai é agosto, e compartilhando o texto do colunista da Folha Leandro Narloch sobre ovos de páscoa por mais de R$ 5.000. "Pai, eu quero", brincou.
Ao #Hashtag, Catharina conta que já faz parte do Twitter há mais de dez anos e por isso costuma saber como filtrar o que falar por lá, então acaba rindo dos memes.
"Não tive intenção de ofender ninguém. Eu seria a primeira a voltar atrás para me desculpar. Para mim era óbvio que eu estava falando de um gesto e não de dinheiro", conta. De tudo o que rolou, o que a incomoda é que falem de seu pai.
Ela optou por silenciar notificações de quem não a segue ou conhece, porque sabe que pode haver mensagens agressivas direcionadas a ela –até agora não se deparou com nada do tipo.
Algumas pessoas problematizaram o tópico.
Mas o que é riqueza de verdade, hein? Muitos reagiram com o argumento de que não é comprar na Bacio di Latte. Afirmações sobre a desigualdade e o acesso às coisas no país surgiram em tom de explicação, mas também de ironia.
Teve quem levantasse a desconfiança de que tudo não passou de uma jogada de publicidade da marca. Mas Catharina conta que não foi o caso. "Não é uma jogada de marketing, infelizmente", comenta descontraída.
Como sempre, muita gente se divertiu às custas das brigas alheias e apenas curtiu o momento. Pega o seu Bacio di Latte e let it be:
Uma ironia final.
A referência —no Twitter é preciso justificar cada palavra.
Catharina conta que receber mensagens de pessoas que admira dizendo para que "fique tranquila e que isso vai passar" ajudou na decisão de poupar suas energias neste debate. "Eu não sei se faria o que estão fazendo se a história fosse com outra pessoa", conta.
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