Pela segunda vez em poucos dias, um momento no debate entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, tornou-se um dos mais comentados nas redes sociais.

No episódio anterior, comparado por internautas com uma cena da série "Chaves", Onyx foi incapaz de responder objetivamente à pergunta do adversário tucano sobre recuperação fiscal. Na noite desta quinta (27), no entanto, o bolsonarista destacou-se ao dizer que "a melhor vacina é pegar a doença", afirmação insustentável tanto do ponto de vista do senso comum ("é melhor prevenir do que remediar") quanto do científico.

O debate entre os candidatos gaúchos, transmitido pela TV Globo, foi marcado pela troca de hostilidades, tom contínuo do pleito sulista ao longo da disputa. Onyx, por exemplo, por mais de uma vez realizou ataques homofóbicos contra Leite que, por sua vez, chamou o rival de "pipoqueiro", por ter ocupado cinco ministérios diferentes ao longo de três anos no governo Bolsonaro.

Em reação à afirmação anticientífica de Onyx, Leite rebateu: "Isso até me machuca. Morreram mais de 40 mil gaúchos, mais de 600 mil brasileiros, essa tese da 'mortalidade de rebanho' (...) é desumanidade. Crueldade. As pessoas ansiavam pela vacina."

No Twitter, o espanto com a declaração do bolsonarista fez com que pessoas evocassem as vítimas da pandemia: são 687.665 mortes. Em um contexto em que o Brasil vê sua cobertura vacinal, antes referência mundial, perder a capilaridade e, como consequência, crescer o risco de que doenças erradicadas, como a poliomielite, retornem, alguns avaliaram como "perigosa" a declaração de Onyx.

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