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Sem considerar origem histórica, bolsonaristas negam que slogan do fascismo seja fascista

Bolsonaro repetiu 'Deus, pátria, família e liberdade' durante debate na Globo

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São Paulo

Com os braços erguidos acima da cabeça e os olhos voltados para o teto, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, repetiu sua versão do antigo lema integralista durante o último debate entre os presidenciáveis, na noite desta sexta (28): "Deus, pátria, família e liberdade."

Os termos contidos no lema, bem como "fascismo" e "Mussolini", entraram para a lista de assuntos mais comentados no Twitter na manhã deste sábado (29).

O movimento integralista brasileiro, fundado na década de 1930, tem inspiração no fascismo italiano, personificado na figura do ditador Benito Mussolini (1883-1945), que ao longo dos vinte anos de seu regime, usou amplamente o slogan "Deus, Pátria, Família".

Fundada por Plínio Salgado em 1932, com o lançamento de um manifesto, a Ação Integralista Brasileira (AIB) foi a expressão nacional dos movimentos europeus de extrema direita na primeira metade do século 20 —além do fascismo italiano, também o integralismo de Portugal está na base de versão brasileira do fascismo.

O "Manifesto de Outubro", dividido em dez partes curtas, tem "Deus" como sua primeira palavra: "Deus dirige o destino dos povos", começa. Ainda na primeira parte, o documento basilar do integralismo brasileiro segue: "O homem vale pelo trabalho, pelo sacrifício em favor da Família, da Pátria e da Sociedade."

Fortes opositores das ideias comunistas, os integralistas ficaram conhecidos como galinhas-verdes, por seus trajes dessa cor, além da adoção de uma série de símbolos nacionais. Também a saudação integralista, o "anauê", acompanhado de gesto a palma da mão aberta, erguida acima da cabeça, fazia parte do repertório simbólico e identitário do movimento.

Um documento de 1938, de autoria da também fascista Associação Brasil Livre, está sendo compartilhado nas redes para comentar a declaração de Bolsonaro no debate.

Encaminhado ao ministro Osvaldo Aranha em maio daquele ano, a proposta visava "impor restrições aos de raça, fé, ascendências e descendências judaicas". Requisitavam, assim, que judeus fossem impedidos de entrar no Brasil.

Sem considerar a origem histórica do lema, alguns bolsonaristas rechaçam que "Deus, Pátria, Família e Liberdade" seja uma derivação do dizer fascista e, nas redes sociais, atacam a imprensa por explicar a ligação entre o slogan do presidente e o mote de 90 anos.

O portal UOL, que publicou matéria explicando o contexto do slogan usado por Bolsonaro, está sendo criticado por apoiadores do presidente e candidato.

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