O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Se amistosos são para testes, Ramon erra 14 vezes em lista da seleção

Não era necessário convocar os jogadores que estiveram na Copa do Qatar para enfrentar Guiné e Senegal

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O treinador interino da seleção brasileira, Ramon Menezes, convocou 23 jogadores para os jogos do time em junho, contra os africanos Guiné (dia 17) e Senegal (dia 20).

Desses, 14 estiveram na Copa do Mundo do Qatar, em novembro e dezembro de 2022, quando a equipe dirigida por Tite caiu nas quartas de final, diante da Croácia, nos pênaltis.

São eles: os goleiros Alisson, Ederson e Weverton; os laterais Danilo e Alex Telles; os zagueiros Éder Militão e Marquinhos; os volantes Casemiro e Bruno Guimarães; o meia Lucas Paquetá; e os atacantes Richarlison, Rodrygo, Pedro e Vinicius Junior.

O treinador interino da seleção brasileira, Ramon Menezes, com semblante sério diante de um microfone na convocação do time, no Rio de Janeiro, para amistosos contra Guiné e Senegal
O treinador interino da seleção brasileira, Ramon Menezes, na convocação do time, na sede da CBF, no Rio, para amistosos contra Guiné e Senegal - Mauro Pimentel - 28.mai.2023/AFP

As partidas, que serão realizadas em Barcelona e Lisboa, são amistosos, não valem nada, a não ser para testar a capacidade de cada atleta de vestir a camisa amarela.

Aqueles que foram para uma Copa do Mundo não precisam ser testados. Se chegaram lá, é porque demonstraram anteriormente que estão aptos e preparados para defender a seleção.

Alguns já são bem experientes, com 30 anos ou mais, casos de Alisson, Weverton, Casemiro, Danilo e Alex Telles –Ramon sabe, eu sei, você sabe como cada um deles joga, suas qualidades e defeitos. E todos os citados, sem exceção, atuam em grandes ligas e/ou em grandes clubes.

No gol, então, a situação é inexplicável. Pelo menos um guarda-metas calouro precisa estar em toda convocação para amistoso, mesmo que seja só para treinar, sentir o ambiente da seleção, ser "batizado". Isso vinha sendo com constância feito na era Tite, desta vez não foi.

Os 14 "desnecessários" poderiam ser 15. Neymar, 31, só não está na lista porque continua em recuperação de sério problema no tornozelo.

Meu raciocínio: o correto em amistosos é dar oportunidade a novos nomes, oferecer a novatos a chance de sentirem o peso da camisa, saber se conseguem render com a seleção o que rendem no clube.

Nove jogadores poderão passar por esse teste, caso não sejam relegados, todo o tempo ou a maior parte dele, ao banco de reservas.

O lateral Vanderson, do Monaco, domina a bola na altura do peito em jogo pela Liga Europa no principado
O lateral Vanderson, do Monaco (França), é uma das novidades da seleção brasileira para os amistosos de junho - Valery Hache - 6.out.2022/AFP

Que Ramon escale, sem receio e em pelo menos uma das partidas, com muitos minutos em campo, as novidades Vanderson (lateral direito do Monaco, ex-Grêmio), Ayrton Lucas (lateral esquerdo do Flamengo), Nino (zagueiro do Fluminense) e Joelinton (meia-atacante do Newcastle-ING).

O mesmo vale para os palmeirenses Raphael Veiga e Rony, para Malcom (Zenit-RUS), para Ibañez (Roma) e para André (Fluminense), já convocados antes porém com pouca ou nenhuma rodagem com a seleção.

Não ocorrerá, mas gostaria de ver nesses amistosos alguns jogadores que estão na seleção sub-20, como o zagueiro Robert Renan, o volante Andrey Santos e o atacante Marcos Leonardo.

Ou possíveis destaques do atual Campeonato Brasileiro, como o atacante Endrick (Palmeiras), o zagueiro Beraldo (São Paulo), o lateral direito Wesley (Flamengo), o lateral esquerdo Marlon (Cruzeiro), o volante Christian e o atacante Vitor Roque (ambos do Athletico-PR).

É o início de um ciclo, com Eliminatórias para a Copa de 2026 pela frente, e este é o momento de verificar quais novos talentos podem fazer parte dele.

Em sua interinidade, Ramon deveria deixar a maior parte da turma da Copa (12 dos 14 atuam na Europa) curtir as férias, espairecer, e os outros dois (Pedro e Weverton) se dedicarem aos respectivos clubes. Voltariam à seleção mais adiante.

A única razão para não fazer isso é armar uma equipe supostamente mais confiável, na esperança de ser efetivado na seleção principal pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que tem Carlo Ancelotti, o treinador italiano do Real Madrid, como primeira opção.

Pois, nesse caso, resultado de amistoso pode ser determinante –ele já perdeu um, para o Marrocos, e novos reveses enterrariam essa pretensão.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.