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Sons da Perifa - Jairo Malta
Jairo Malta

Filipe Ret: 'O que acontece hoje no trap nunca foi feito na história do rap'

Novo disco do trapper, 'LUME', têm participações de Anitta, L7NNON, Poze do Rodo e MC Hariel

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São Paulo

"Sou apaixonado pelo trap do Rio de Janeiro. O que acontece hoje no trap nunca foi feito na história do rap nacional", é assim que Filipe Ret, cantor que lançou nesta quinta-feira (16) o disco "LUME", define o atual momento do ritmo. "O trap é muito mais excitante que o boom bap", afirma Ret.

Com mais de 10 anos de carreira, e que se apresenta no festival CENA 2K22 no sábado, Filipe Ret é um dos maiores nomes do trap no país. Os números do cantor impressionam: Seu canal do YouTube possui mais de 580 milhões de visualizações e no Spotify o rapper ostenta uma média de 6 milhões de ouvintes mensais —números parecidos com as visualizações do Matuê, outro gigante do trap.

Filipe Ret divulga novo álbum, 'LUME'
Filipe Ret divulga novo álbum, 'LUME' - @stefflima

O sexto disco do trapper foi lançado com uma experiência inédita para os fãs. Ret é o primeiro artista do rap nacional a realizar o lançamento de um Enhanced Album na plataforma, oferecendo uma imersão ao longo da audição com vídeos exclusivos, comentários e curiosidades sobre as faixas —Luísa Sonza foi quem estreou o formato no ano passado com o álbum "DOCE 22".

Metade das parcerias do disco são com artistas do funk como os Anitta e os MCs Hariel e Poze do Rodo. Ret enxerga essa mistura com naturalidade. "São gêneros que convergem bastante, feitos para interferir mesmo. O trap e funk, no fundo, são dois lados da mesma moeda. Ter no mesmo álbum uma gigante como Anitta e um jovem como Caio Luccas é interessante para todo mundo".

Antes de "LUME", seu último grande trabalho pela Som Livre, Ret lançou o álbum "Imaterial" (2021), que ganhou versão Deluxe com participações especiais de Marcelo Falcão, L7NNON, Orochi e MC Cacau. Após um ano de seu lançamento, Imaterial já passa dos 500 milhões de plays nas plataformas de streaming e de vídeo, o que resultou na certificação de Platina para o cantor.

Ret comenta que demorou para gostar de trap. Sua paixão pelo gênero começou bem depois de ter ouvido Travis Scott e Drake —suas duas maiores referências no trap mundial. "A dinâmica que eu coloco na melodia, o jeito que construo a música, ser mais extrovertido e menos introspectivo na música, descobri um novo rap. Descobri uma nova paixão".

O cantor ainda comentou que o trap carioca se diferencia do resto do país pela dinâmica que é feito. Para ele, no Rio de Janeiro o movimento a música é criada em uma hierarquia guiada pelas vivências dos rappers nas comunidades até chegar nos selos de música. Em São Paulo, na visão de Ret, o caminho é inverso.

Homem branco em fundo azul
Filipe Ret divulga novo álbum, 'LUME' - @stefflima

"Até no crime carioca a gente vê isso. Aqui tem várias facções com cada um querendo ser rei no seu território, em São Paulo tem uma dominação de uma só. Isso se reflete no funk paulista, por exemplo, onde uma ou duas grandes gravadoras dominam tudo", afirma Ret.

Segundo Ret, esse processo de trabalho faz parte da cultura carioca e é o grande responsável pelo diferencial do trap RJ. Isso é visto no selo NADAMAL, onde Ret divide a vida de artista e empresário.

"As vezes fica difícil conciliar a vida empresarial com a artística. Enquanto meu lado empresário tem um pensamento mais pragmático, o artístico dá muitas voltas até entender o que é melhor". Ret comenta que os profissionais qualificados e de bom caráter que rodeiam ele o ajudam a dividir o trabalho.

Outro motivo de orgulho para Ret são os shows feitos por amigos que estão começando na música. "Quando eu vi os moleques com a agenda lotada eu me emocionei muito, mandei mensagem chorando de emoção. Isso tudo mexe com muita coisa, é a vida desses meninos, eles pensam nisso 24h, e eu sou exemplo mesmo em tudo isso. Me comunico com os moleques que estão quase entrando no crime mas não entram, por isso eu sou apaixonado por tudo isso".

A agenda de Ret segue cheia, o trapper que fez uma turnê pelos Estados Unidos no ano passado, se apresenta neste sábado (11) no festival CENA. Logo após o show, Ret viaja para Brasília para mais uma apresentação.

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