Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

O segredo do samba

Pesquisador mapeia a multiplicidade do gênero musical que gerou mais de 20 estilos

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Como o jazz americano e o "son" cubano, o samba tem inúmeras ramificações. Mais ou menos duas dezenas de subgêneros, que vão do samba-coco ao sambalanço, do samba de terreiro ao samba de enredo, da bossa nova ao samba-rock, do partido alto ao pagode gospel. Para o pesquisador Haroldo Costa, "o segredo da multiplicidade do samba reside em sua mutação permanente".

A frase é o mote de "Para Ouvir o Samba: Um Século de Sons e Ideias", recém-lançado livro de Luís Filipe de Lima que mapeia, sem preconceitos, o amplo panorama do gênero, abrangendo sua dimensão social. A obra é fruto da experiência e reflexões do autor em mais de três décadas trabalhando como violonista (ele é craque nas sete cordas), arranjador, compositor, diretor musical, mas também da memória de conversas em botequins com Nei Lopes, Monarco, Martinho da Vila, Elton Medeiros e Wilson das Neves.

Luís Filipe de Lima é pesquisador, violonista e compositor
O pesquisador, violonista e compositor Luís Filipe de Lima - Leo Aversa

Como em todo livro de história do samba, esbarra-se na velha questão: ele nasceu na Bahia ou no Rio? O samba baiano, por ter surgido antes, deve ser apontado como início da linhagem? Ou é o "samba de sambar" do Estácio que merece o reconhecimento de marco fundador, pondo-se os antecedentes num patamar pré-histórico? Lima chega perto de matar a charada, ao propor uma classificação simples: "o samba de roda do Recôncavo é música tradicional; o samba carioca, música popular".

Capa do livro "Para Ouvir o Samba: Um Século de Sons e Ideias" - Reprodução

Cada capítulo fornece os traços característicos de 20 subgêneros, narrando sua gênese e mostrando as correlações entre eles —por exemplo: do samba-choro derivam o samba de breque, o samba sincopado, o samba de gafieira e o samba-exaltação. Os principais compositores e intérpretes ganham uma galeria, com direito a análises de dez gravações representativas de cada estilo.

As músicas citadas na obra estão no canal do autor no YouTube. Sugestão para iniciar a viagem: o samba-canção "Duas Contas", de Garoto, gravado por Sylvia Telles em 1957.

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