Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Política é terreno fértil para formação de maiorias por rejeição

Caminho longo e pedregoso é a principal aposta de adversários de Bolsonaro

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Binyamin Netanyahu alcançou uma façanha em Israel. O desgaste do primeiro-ministro fez com que partidos da esquerda à ultradireita fechassem um acordo para tirá-lo do poder. Na mesma aliança, estão israelenses que defendem a anexação da Cisjordânia e líderes árabes que fazem campanha por um Estado palestino independente.

A política é um território que estimula a formação de maiorias por rejeição. O parlamentarismo israelense mostra que, em certos casos, elites partidárias aceitam dividir o poder e deixar divergências centrais de lado com o objetivo de se livrar de um adversário comum. No presidencialismo brasileiro, o caminho é mais longo e pedregoso.

Grupos que trabalham para derrotar Jair Bolsonaro na próxima eleição procuram costurar acordos nas cúpulas partidárias, mas também precisam enviar sinais ao público. Como a corrida presidencial é decidida no voto, um candidato depende mais de movimentos de expansão do eleitorado do que de alianças entre os chefes de legenda.

O bloco que reivindica o rótulo do centro sabe bem disso. Esses candidatos trabalham para formar uma aliança que pode unir um punhado de partidos, mas continuam sem votos suficientes para fazer frente aos principais concorrentes da disputa.

Ciro Gomes quer emergir nesse campo por uma coalizão entre o PDT e partidos de direita, unidos para bater Bolsonaro. A aliança contra o presidente pode aparecer, mas será pouco. Para sair do chão, o ex-ministro precisará de um programa capaz de atrair o eleitor da direita não bolsonarista e conquistar terreno na esquerda não petista.

Mesmo o encontro entre Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tem valor mais simbólico que direto. A fotografia manda ao eleitor tucano a mensagem de que o petista pode ser uma opção razoável para bater Bolsonaro, mas a escolha ainda esbarra num antipetismo persistente naquele segmento. Os candidatos ainda terão trabalho para consolidar essa maioria por rejeição.

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