Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Aliança para dificultar indicação de Mendonça ao STF cresce no Senado

Centrão e opositores de Bolsonaro tentam barrar chefe da AGU e voltam a falar em Aras

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Senadores governistas e da oposição se uniram em torno de uma causa nas últimas semanas: dificultar a indicação de André Mendonça para o STF. Parlamentares contam os votos contrários ao nome do advogado-geral da União, com o objetivo de emplacar um nome alternativo.

A motivação inicial de aliados e adversários de Jair Bolsonaro é distinta. Os oposicionistas querem frustrar os planos do presidente e afastar do Supremo um nome excessivamente conservador. Já os governistas tentam criar obstáculos e ampliar a influência da base aliada na escolha do novo ministro do tribunal.

Nas listas de supremáveis dos dois grupos, há em comum os nomes do procurador-geral Augusto Aras e do presidente do STJ Humberto Martins. No Congresso, Aras leva vantagem por ser um crítico do que os senadores chamam de excessos do Ministério Público, especialmente em investigações contra políticos.

Parlamentares governistas já levaram ao Palácio do Planalto o diagnóstico de que Mendonça não tem os votos necessários para ser aprovado. Nenhum deles tem esse cálculo completo, mas o recado faz parte da articulação. A ideia é usar o argumento para convencer Bolsonaro a desistir do chefe da AGU e aceitar a sugestão de outro indicado.

Aliados do governo acreditam que a ida de Mendonça para o STF atende apenas a Bolsonaro e à causa evangélica. Segundo essa visão, o Senado daria apenas o carimbo a um nome sem interlocução com o mundo político. Depois de ter exercido poder ao participar da articulações para a nomeação de Kassio Nunes, o centrão gostaria de repetir a dose.

Bolsonaro resiste a sacrificar Mendonça, já que essa foi uma oferta pública a seu eleitorado. O presidente está inclinado a indicá-lo mesmo sem a certeza da aprovação, podendo aceitar outro nome caso ele seja derrotado. Uma alternativa seria esperar até que a direção do vento fique mais clara. Senadores lembram que Dilma Rousseff, enfraquecida, levou oito meses e meio para fazer a escolha de Edson Fachin para o STF.

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