Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula busca eleitor de centro com atalho fora do eixo direita-esquerda

Após escolha de Alckmin, campanha petista hesita sobre concessões à direita

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Aliados de Lula reconhecem há tempos que uma vitória neste ano depende da expansão de sua base em direção ao centro. O ex-presidente emitiu sinais precoces a esse eleitorado e venceu resistências para escolher um vice notadamente conservador. Em conversas internas, também admitiu que não pretende fazer um governo só do PT.

Ao lançar essas cartas na mesa tão cedo, o petista frustrou quem esperava uma espécie de troca completa de figurino ainda na fase inicial da disputa. Depois do compromisso firmado com Geraldo Alckmin, a campanha do ex-presidente demonstra uma certa hesitação sobre a amplitude dos movimentos que devem ser feitos para conquistar os votos necessários fora da esquerda.

A cúpula petista descreve a escolha do ex-tucano para a chapa como um passo largo e defende medir os próximos movimentos com cautela. Ainda que haja cobranças por concessões na campanha e no programa de governo, dirigentes dizem que esses acenos serão controlados.

Um dos argumentos é que Lula já teria conquistado uma fatia do centro antes mesmo da largada. Entre os pouco mais de 40% de brasileiros que declaram apoio ao ex-presidente, haveria um bocado de eleitores não petistas, segundo aliados. Alguns deles acreditam que seria arriscado fazer movimentos à direita antes que esteja clara a quantidade de votos adicionais nesse campo de que ele precisa para vencer.

Para contornar a incerteza, os petistas direcionam a esse grupo uma mensagem apoiada num conhecido tripé: alegam que Lula não fez maluquices quando esteve no cargo, destacam resultados de seu governo para esses eleitores e ponderam que quem está do outro lado da disputa é Jair Bolsonaro.

A ideia, por enquanto, é buscar esses votos por um atalho paralelo ao eixo direita-esquerda, ligado à economia. "Eu não tenho que ser um presidente mais à esquerda, direita ou ao centro", disse Lula, no fim de abril. "Tenho que conhecer a realidade e o que precisa ser feito."

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