Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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A relação dos megaprojetos com o desenvolvimento das cidades

Empreendimentos devem ganhar alta prioridade na agenda urbana

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Megaprojetos são empreendimentos públicos ou privados com altos níveis de investimento, e de tal magnitude e importância, que podem reconfigurar de forma ampla e significativa espaços consideráveis das cidades.

Eles podem incluir esquemas de regeneração urbana, infraestrutura de transporte e energia, corredores industriais, aglomerados de cidades, novas cidades, distritos de inovação, parques tecnológicos e infraestrutura esportiva, entre outros.

Os megaprojetos, muitas vezes, enfrentam questões complexas de contextualização socioespacial, governança, investimento e regulamentação. Na concepção e no planejamento, eles podem incluir alta tecnologia –sofisticada e não padronizada–, desenho contemporâneo e novas formas de ocupação do espaço urbano.

Megaprojetos pressupõem altos níveis de intervenção em determinadas regiões, causando efeitos colaterais diversos, como o deslocamento de habitantes, e isso acaba gerando fortes críticas por parte da sociedade civil. Entretanto, em um mundo globalizado, não é razoável desprezar a possibilidade de regeneração de grandes áreas urbanas degradadas, a construção de novas infraestruturas e a recuperação de centros históricos associados a objetivos sociais importantes, como habitação, geração de empregos e qualidade de vida.

As cidades estão cada vez mais no centro das estratégias de crescimento e são consideradas plataformas para a competição econômica, principalmente por meio de intervenções em larga escala. No contexto da competição entre cidades, megaprojetos urbanos são vistos como veículo de revitalização, reestruturação e atração de capital humano.

Uma das cidades do mundo com maior número de megaprojetos é Dubai, que construiu uma identidade baseada na lógica da modernização. Essa lógica pode ser vista, desde a década de 1970, por seus grandes projetos de infraestrutura, como pontes, portos e rodovias; e desde o final dos anos 1990, pelos megaprojetos urbanos espetaculares, como metrô de alta tecnologia, aeroportos ultramodernos e empreendimentos imobiliários espetaculares.

Nos últimos anos, esses megaprojetos constituíram a principal ferramenta para desenhar uma imagem de cidade que visa competir com as cidades globais. Eles são o meio pelo qual uma economia baseada no espetáculo e no fascínio está sendo implantada, e constituem alavanca que alimenta diversos setores, como turismo, aviação e finanças, entre outros.

Com o aumento do número, desde os anos 1980, desses megaprojetos urbanos em todo o mundo, eles se tornaram os principais impulsionadores do desenvolvimento das cidades. Estabelecidos para promover a renovação urbana ou induzir sua expansão, tornaram-se manifestações espaciais das maiores agendas econômicas e políticas das cidades.

Em seu processo de desenvolvimento, provocaram mudanças importantes na condição urbana além de seus limites. Como tal, oferecem um meio produtivo de investigar as tendências urbanas conectadas à urbanização concentrada.

O desenvolvimento de megaprojetos está se intensificando em diferentes localizações geográficas ao redor do mundo. Estudá-los em um contexto de mudança de paradigmas de planejamento e de processos de reestruturação socioeconômica nos permitirá compreendê-los como manifestações físicas dessas tendências, e mecanismos excepcionais para o desenvolvimento de novos distritos urbanos.

Por fim, devido ao seu potencial de revitalizar e/ou direcionar a trajetória de desenvolvimento de uma cidade, os megaprojetos devem ganhar alta prioridade na agenda urbana e se tornar modelo importante para a reavaliação da posição de uma cidade na economia global emergente.

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