Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Claudio Bernardes
Descrição de chapéu Mobilidade

O que fazer para melhorar a vida das pessoas?

A crise na saúde durante a pandemia deixou claro que as cidades precisam prestar mais atenção ao bem-estar de seus cidadãos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os últimos anos têm sido críticos para o funcionamento das cidades. A evolução tecnológica, as alterações nos padrões de comportamento, a pandemia, as mudanças climáticas, os desastres ambientais, entre tantas outras questões, têm afetado a vida urbana de maneira contundente, e os governos locais precisam reagir rapidamente, buscando as melhores abordagens para lidar com esses efeitos no longo prazo.

Especialistas têm se dedicado a estudar temas relacionados a essas demandas, e desses estudos surgem tendências que podem orientar as cidades a melhorar seu funcionamento e, consequentemente, melhorar a vida das pessoas.

As áreas urbanas estão se caracterizando por alta densidade populacional e construção da infraestrutura para suportar amenidades modernas, que envolvem sistemas de transportes e novas construções.

Ipê Florido na rua Bartira, em Perdizes (zona oeste de SP); as cidades precisam ser planejadas e projetadas para as pessoas, com ruas “verdes” - Karime Xavier - 31.ago.21Folhapress

Essa expansão populacional, aliada à limitação de recursos, necessita providências para que se amenizem seus efeitos no meio ambiente. As cidades precisam ser planejadas e projetadas para as pessoas, por exemplo, com ruas "verdes" como âncoras de novos corredores e espaços públicos, que se transformem em centros da vida social.

A crise na saúde durante a pandemia deixou claro que as cidades precisam prestar mais atenção ao bem-estar de seus cidadãos. É importante desenvolver ecossistemas de saúde que se afastem do foco no diagnóstico e no tratamento de doenças, para que sejam igualmente orientados para o bem-estar, por meio de intervenções precoces. Os determinantes sociais da saúde devem ser mais bem compreendidos, governo e setor privado, em parceria, têm de colaborar para enfrentar esses desafios.

As cidades precisam trabalhar para oferecer aos seus habitantes mobilidade digital, limpa, inteligente, autônoma e intermodal, com mais espaços para pedestres e ciclistas.

Algumas mudanças importantes na forma como as pessoas se deslocam nas cidades já estão em andamento, mas a tendência vai se acelerar ainda mais na próxima década, com eletrificação, condução autônoma, infraestrutura inteligente e conectada, diversidade modal e mobilidade integrada, resiliente, compartilhada e sustentável, tudo impulsionado por modelos de negócios disruptivos.

As cidades não são apenas centros de desenvolvimento econômico. A inclusão social deve ser um pilar fundamental do crescimento e do desenvolvimento urbano para as cidades do futuro. As cidades devem ser planejadas e projetadas para gerar resultados sociais e econômicos para todos, evitando os custos que ocorrem quando as pessoas são excluídas. As cidades devem evoluir para ter serviços e abordagens inclusivas, combatendo as desigualdades ao fornecer acesso igualitário à moradia e à infraestrutura, e fomentar a igualdade de direitos na participação social, empregos e oportunidades.

As cidades devem se esforçar para atrair talentos, permitir a criatividade e incentivar o pensamento disruptivo; desenvolvendo-se por meio de uma abordagem de modelo de inovação, numa combinação de elementos físicos e digitais. Essa transformação digital deve ocorrer em centros de experimentação, usados para desenvolver projetos-piloto que podem ser replicados.

Os centros urbanos deverão adotar modelos de desenvolvimento baseados em economia circular, o que resulta numa utilização racional de recursos, lastreada em princípios de compartilhamento, reutilização e restauração; e com ênfase na limitação dos volumes de resíduos urbanos.

Com tendência de funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, operações e tarefas que as cidades realizam se tornarão cada vez mais alimentadas por inteligência artificial, o que contribuirá para a otimização das eficiências operacionais, beneficiando os gestores da cidade e, em última análise, os cidadãos, por meio da reformulação da prestação de serviços. Nesse contexto, cada vez mais será primordial a conscientização sobre a importância da privacidade dos dados, e as cidades precisam se preparar para o impacto dos ataques cibernéticos, já que as informações serão uma mercadoria importante na vida urbana.

Essas são algumas das tendências que devem ajudar as cidades a se tornarem mais resilientes, mais digitais e sustentáveis, e mais direcionadas às pessoas. Entretanto, isso somente será possível com a participação de líderes comprometidos com a implementação e o impulsionamento das mudanças necessárias.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.