Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

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Descrição de chapéu STF

Às favas com a Carta

Os Poderes se atritam no Brasil, e os poderosos confraternizam sob sigilo no exterior

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Vejam como são as coisas: os Poderes da República se atritam no Brasil de modo transparente enquanto os poderosos confraternizam no exterior em ambiente de obscuridade nada republicana.

Isso sob a égide do sigilo quanto a quem paga, por que paga e a quais propósitos atendem os patrocinadores de convescotes no circuito Londres-Paris-Nova York-Madri-Lisboa.

Alega-se, para tal, a necessidade de estreitar relações entre os setores público e privado, mas não se faz isso por aqui mesmo ou em cenários menos propícios ao deleite dos participantes.

Fórum Jurídico Brasil de Ideias, em Londres, que despertou críticas por causa da participação de ministros do STF - Reprodução Grupovoto no Instagram - instagram

Uma vez um dos participantes perguntou sobre isso ao ex-governador João Doria, um dos idealizadores desse tipo de encontro, e ouviu o seguinte: reuniões no Brasil ou muito perto daqui não teriam o mesmo poder de atração. Ou seja, o pessoal quer aproveitar a viagem na toada da curtição da festa, muito mais que na discussão dos temas propostos.

Sob o ponto de vista recreativo, com alguns senões seria até possível concordar não fosse o fato de que estamos falando da atitude de autoridades.

Personalidades essas submetidas aos preceitos da Constituição, cujo artigo 37 diz entre outros preceitos que a publicidade, a impessoalidade e a moralidade devem reger condutas de todos os agentes, diretos e indiretos, da administração pública. Note-se: "em qualquer dos Poderes".

Dos eventos realizados sob o segredo a respeito de quem os paga, impedindo que sejam detectados possíveis conflitos de interesses entre as partes, participam integrantes dos três Poderes. Isso suscita cobrança a todos eles, mas no caso do Judiciário a falta de cerimônia choca muito mais.

Alcança colegiado cuja prerrogativa é a palavra definitiva sobre contenciosos da República. Os magistrados do STF julgam os outros à luz da Constituição. Portanto, seu cumprimento exige que estejam em atos e palavras submetidos à Lei Maior que, por ora, vários deles mandam às favas.

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