Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 basquete

De Marta a Rafael Nadal, veteranos lutam contra o tempo e as lesões em Paris

Olimpíadas são palco de atletas que buscam a eternidade na história do esporte

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No mesmo minuto em que Larissa Pimenta ganhava sua medalha de bronze no judô, Kevin Durant fazia mais uma cesta absolute cinema sob os aplausos do cineasta Spike Lee. Entre uma tela e outra, os olhos prestavam mais atenção no que acontecia na disputa do basquete entre EUA e Sérvia neste domingo (28).

Durant acertara o oitavo arremesso em oito tentativas no primeiro tempo. Aos 35 anos, ele disputa o que provavelmente será sua última jornada olímpica. A dúvida sobre estar ou não em Los Angeles 2028 se deve ao exemplo de um companheiro de equipe.

No mesmo jogo, LeBron James, 39, passou por cima de Jovic, Jokic, Bogdanovic e outros "ics" que apareceram pela frente. Os gritos "USA, USA!" são mais estimulantes que a algazarra azul e amarela na arena dos Lakers.

Ao vestir as camisas de seus países na maior competição do planeta, esses atletas tentam transformar o esperado ocaso em um perpétuo apogeu. É sonho impossível diante dos limites de corpos que se dobram às chagas adquiridas em saltos, arrancadas, giros, faltas –sofridas e cometidas– e cirurgias.

Um jogador de basquete está realizando uma enterrada em uma quadra iluminada. Ele está vestindo um uniforme azul e branco, com o número 8 visível. O aro da cesta está em destaque, e o jogador está suspenso no ar, com uma expressão de concentração. Ao fundo, há uma multidão assistindo ao jogo.
Lebron James crava uma bola na cesta durante duelo entre EUA e Sérvia nos Jogos de Paris - Meng Dingbo - 29.jul.24/Xinhua

LeBron tem 2,06 m de altura e, seguramente, pesa mais de cem quilos. É um espanto ver como ligamentos e meniscos resistem a duas décadas de trabalhos pesados, e mais espantoso ainda é pensar nos sacrifícios para se jogar em alto nível há tanto tempo. Dizem que não consome nem açúcar, nem leite.

Imagine se privar de um sorvete cremoso no verão de Los Angeles.

Pelo Brasil, Marta persegue o sonhado título de expressão mundial naquele que deve ser seu último ano como jogadora do time feminino de futebol.

Seus seis títulos de melhor do mundo não parecem maiores que a vontade de receber a medalha de ouro e chorar no hino. A meta a faz prolongar a carreira, repleta de dores lancinantes e rotinas entediantes.

Rafael Nadal é outro exemplo. Aos 38, contabiliza seus últimos sets como profissional do tênis, tendo convivido com lesões graves ao longo de toda a carreira. Quase desistiu da chave principal nas Olimpíadas de Paris, mas resistiu e, nesta segunda (30), entrou em quadra para o 60° embate com Novak Djokovic.

O próprio Djoko, 37, está na lista dos atletas que, ao ver o tempo sacar para o match point, devolvem com um forehand violento. Segue o jogo.

Perdendo ou ganhando, esses jogadores representam a essência do espírito olímpico. Não precisam estar ali, não necessitam provar mais nada, não necessitam de dinheiro. São movidos pelo desejo de superação e pela vontade de representar o próprio país. Assim, garantem mais um capítulo no livro da eternidade esportiva.

E Nadal perdeu. Caiu na chave de simples, mas segue na dupla com Carlos Alcaraz. Se conhecer um pouco da literatura brasileira, pode dar um conselho em forma de trocadilho para seu sucessor: "Vai, Carlos, ser gauche na vida."

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