Vender aeroportos tem sido motivo de orgulho para sucessivos governos brasileiros. Falta explicar o que esses governos sentem quando os compradores devolvem a mercadoria.
O aeroporto do Galeão foi vendido em 2013 para a Odebrecht, com financiamento do BNDES e do FGTS, mais a participação minoritária da Changi, administradora do celebrado terminal de Cingapura que tem até piscina para os passageiros.
Antes mesmo do impacto da pandemia, os concessionários reclamavam do negócio e em 2017 a Odebrecht foi-se embora.
Em outubro passado a Changi começou a negociar a venda da concessão e na semana passada decidiu devolvê-la à Viúva.
Com isso, o Galeão será oferecido junto com o aeroporto do centro da cidade.
Os governos gostam de falar bem de tudo o que fazem. Falta contar por que o Galeão virou um mico.
O preço do nazismo
O deputado Kim Kataguiri disse que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo. Depois explicou-se, desculpando-se. Para quem acha a mesma coisa, até mesmo em nome da liberdade de opinião, aqui vai uma lembrança das boas razões que levaram os alemães a isso.
Se fosse possível esquecer o que o nazismo fez com os outros, completam-se hoje 77 anos do dia em que as sirenes de Dresden começaram a soar. Em 25 minutos, 800 aviões ingleses despejaram cerca de duas mil toneladas de bombas sobre a cidade medieval.
A "Florença do rio Elba" foi bombardeada por outros dois dias. Uma tempestade de fogo derreteu até estruturas de aço. Tudo o que poderia queimar queimou e restou uma paisagem lunar.
Os ingleses perderam apenas seis aviões e os americanos da segunda leva, um. Morreram cerca de 25 mil alemães.
(Nunca uma população civil tinha sofrido ataques de tais proporções. Em março, os americanos queimaram parte de Tóquio e em agosto jogaram duas bombas atômicas
em Hiroshima e Nagasaki)
Os alemães criminalizaram o nazismo porque, entre outros crimes, tendo iniciado a guerra, persistiu nos combates, mesmo sabendo que sacrificava seu próprio povo.
A Alemanha criminalizou o nazismo por vários motivos, mas, acima de tudo, pelo mal que ele custou aos alemães.
Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota, nunca trabalhou na vida mas encantou-se com o doutor Zezeco. José Medeiros Nicolau, diretor do Departamento de Ordenamento, Parcerias e Concessões da Secretaria Nacional de Atração de Investimento do Ministério do Turismo, informava em sua agenda que estava ocupado com "despachos internos".
O repórter Patrick Camporez descobriu que ele estava na região de Courchevel, nos
Alpes franceses. Explicando-se, Zezeco disse que trabalhou de forma remota e "nada parou".
Eremildo vai a Brasília para ver se descola uma boquinha em Courchevel e promete que nada haverá de parar.
Trump
Vem aí, às vésperas da eleição americana de novembro, um novo livro sobre Donald Trump e o título já diz bastante: "Confidence Man", "Vigarista", em tradução livre. A autora é Maggie Haberman, repórter na Casa Branca durante o governo do presidente.
Ela já revelou que às vezes o pessoal da limpeza encontrava papéis rasgados nas privadas do seu gabinete. No caso de Trump, papéis em privadas são coisa suspeita, pois acredita-se que o doutor destruía documentos que, por lei, deveria preservar.
Já se sabe, por exemplo, que Trump usava os celulares de assessores para não ser rastreado.
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