Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Má sorte de Moro é exemplo para quem sonha ser salvador da pátria

Queria ser presidente, topou disputar o Senado e acabou conformando-se na posição de puxador de votos

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Em 2004 o juiz Sergio Moro escreveu um artigo louvando a ação da magistratura italiana com a Operação Mãos Limpas. Viu nela "uma das mais exitosas cruzadas judiciárias contra a corrupção política e administrativa".

De fato, a faxina da "Mani Pulite" gerou um hiato histriônico com o governo de Silvio Berlusconi, mas a política italiana hoje tem Mario Draghi como primeiro-ministro e Sergio Mattarella como presidente. Dois homens limpos.

Dez anos depois da publicação do artigo, Moro tornou-se o centro da Operação Lava Jato. Patrocinou a maior faxina da história e o maior desastre sofrido pela bandeira da moralidade. Fez isso tropeçando em diversos episódios e em duas desastrosas oportunidades.

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), em depoimento a Comissão de Constituição e Justiça do Senado - Evaristo Sá - 31.mar.2020/AFP

A primeira, dias antes do primeiro turno de 2018, quando divulgou a escalafobética colaboração do comissário petista Antonio Palocci. A segunda, confirmando a primeira, quando aceitou o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

Pulou da magistratura para o governo e dele para a política. Nela, foi para o Podemos como candidato à Presidência. Pulou do Podemos para o União Brasil. Enfurecia-se quando ouvia que poderia desistir da disputa.

Queria ser presidente, topou disputar o Senado e acabou conformando-se na posição de puxador de votos na chapa de candidatos a deputado federal. Em 2018 essa posição foi ocupada, com sucesso, por Eduardo Bolsonaro. Ele conseguiu 1,8 milhão de votos.

A desdita de Moro é um exemplo para quem sonha, ou diz que sonha, ser um salvador da pátria.

Lição japonesa

Enquanto um pedaço da casa real inglesa vive atolada em fofocas e banalidades, a monarquia japonesa dá mais uma lição de serenidade ao andar de cima mundial.

A princesa Mako, sobrinha do imperador Naruhito, decidiu casar com um plebeu, dispensou as mordomias de seu título, virou Sra. Komuro e foi morar em Nova York.

Ela acaba de se empregar, sem salário, no museu Metropolitan. Mako está organizando a exibição de pinturas de um monge budista do século XIII.

Do outro lado do mundo, o príncipe William é atazanado pelas fofocas de que teria uma ligação com a ex-modelo casada Rose Hanbury. Ela é dois anos mais nova que Kate Middleton, duquesa de Cambridge. Lá atrás, foram muito amigas.

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