Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Palmeiras passa bem no Pacaembu e São Paulo cai no Beira-Rio

Foram duas partidas muito boas na disputa pela liderança do Campeonato Brasileiro

Foram dois belos jogos como há tempos não se via neste Brasileiro. Oitenta mil torcedores no Pacaembu (35 mil) e no Beira-Rio (45 mil), não têm do que se queixar depois de verem o Palmeiras despachar o Grêmio da luta pelo título e o Inter fazer o mesmo com o São Paulo.

Dudu disputa bola na área com a zaga do Grêmio durante vitória palmeirense no Pacaembu
Dudu disputa bola na área com a zaga do Grêmio durante vitória palmeirense no Pacaembu - Paulo Whitaker/Reuters

Ou têm. Dos assopradores de apito, para variar. Os colorados e os tricolores de dois gols mal anulados por impedimentos inexistentes. O Inter teria empatado 1 a 1 e o São Paulo 2 a 2. O gol gaúcho antes de Leandro Damião empatar para valer, no fim do primeiro tempo, e virar no começo do segundo.

O gol paulista antes de Damião sofrer pênalti e Nico López fazer o 3 a 1 final, já nos acréscimos. Os alviverdes podem reclamar de um pênalti claro sobre Dudu cometido por Bressan, antes de Deyverson fazer seu segundo gol, o do 2 a 0 definitivo.

Deyverson e Damião, com dois gols cada um, foram fundamentais para as vitórias categóricas que mantiveram o Palmeiras em sólida liderança e devolveram o Inter ao segundo lugar, nessas alturas, como o Flamengo, capaz de ainda ameaçar mais uma taça nacional para os paulistas.

Apesar disso, nem um, nem outro, foram os nomes dos belos clássicos entre quatro times do pelotão de frente. Porque Dudu e D’Alessandro conseguiram a proeza de superá-los.

O endemoniado palmeirense deixou maluca a defesa gremista, que sofre demais quando Kannemann não está e Bressan o substitui.

Dudu, como se tivesse um jato propulsor nas costas, enlouqueceu a defesa adversária e recebeu a ovação merecida ao sair ainda antes do fim do espetáculo.

Idem ibidem em relação ao argentino colorado.

Aos 37 anos, D’Alessandro regeu a orquestra vermelha como os grandes meias do passado, além de bater uma falta na trave num tempo e outra, noutro, que o goleiro Jean salvou nem ele sabe bem como.

Jogos assim e jogadores como eles são os responsáveis por fazer os torcedores lotarem estádios.

Fez muito bem o Felipão ao escalar o que tinha de melhor e conseguir sua 10° vitória em 13 jogos sem derrotas do Palmeiras sob seu comando.

Como foi bom ouvi-lo dizer antes do jogo que, de fato, enfrentar seu time do coração é diferente, sem repetir chavões sobre profissionalismo etc e tal.

Leandro Damião comemora o segundo gol do Internacional contra o São Paulo no Beira-Rio
Leandro Damião comemora o segundo gol do Internacional contra o São Paulo no Beira-Rio - Pedro H.Tesch/Agência Eleven/Folhapress
Renato Portaluppi não pôde contar com seis titulares e terá de se concentrar na Libertadores, porque o Brasileiro já era e o River Plate será osso duro de roer.

Também Diego Aguirre deverá passar a pensar na Libertadores, —na vaga para tanto na próxima temporada, bem entendido—, porque nada mais indica o fim de dez anos de fila tricolor, ao contrário de Odair Hellmann, que busca tirar seu time de jejum muito maior, desde 1979, além de tentar o feito inédito de ser campeão da Série A vindo da B.

Depois de jogar como jogaram Palmeiras e Inter, resta torcer para não tirarem o pé e se contentarem apenas em vencer. Porque convenceram e muito.

Timão ou Timinho?

O Corinthians pode ser campeão da Copa do Brasil e rebaixado no Brasileiro no mesmo ano, como já aconteceu com o Palmeiras, em 2012.

Andrés “Desmanches” Sanchez, assim, poderá bisar, sob sua gestão, tanto o rebaixamento de 2007 quanto a conquista da Copa do Brasil de 2009.

O busílis está em que o corintiano hoje em dia torce mais para o time não sofrer gols do que para fazê-los.

Se não os fizer, verá o Cruzeiro hexacampeão em Itaquera e o endividado estádio ser palco da Série B no ano que vem.

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