Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri

Paulistas em domingo terrível

Só o Palmeiras, que não jogou, se deu bem entre os quatro times de São Paulo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Se Santos, São Paulo e Corinthians quisessem viver um domingo de horrores talvez não conseguissem desenhá-lo tão bem como o vivido na Vila Belmiro, em São Januário e na Ressacada.

O então líder Santos enfiou três gols de vantagem sobre o Fortaleza ainda no primeiro tempo e marchou para golear no segundo, três vira, seis acaba, sabe como é?

Pois, de fato, os 45 minutos finais viram três gols, todos do Fortaleza, em jornada épica.

O Santos exagerou.

Quem teve a felicidade de ver o velho Santos de Pelé e companhia sabe que vez por outra o time jogava tanto e deixava tanto o adversário jogar que aconteciam surpresas.

Nunca, porém, quando não poderiam acontecer.

E o Santos tinha porque tinha de vencer o Fortaleza depois de duas derrotas seguidas.

Derrotas normais, diga-se, fora de casa e para São Paulo e Cruzeiro.

Empatar com o Fortaleza, porém, e nas circunstâncias em que se desenrolou a partida, foi um exagero que time em busca de ser campeão não pode permitir.

Porque a catástrofe se desenhou paulatinamente e embora Jorge Sampaoli tenha providenciado substituições, as três a que tem direito, não se viu nenhuma bola para o mato, nenhum chutão, nada que denotasse consciência do risco que estava evidente. Agora a confiança está abalada.

O técnico Jorge Sampaoli durante treino do Santos
O técnico Jorge Sampaoli durante treino do Santos - Ivan Storti - 7.abr.19/Santos FC

Os jogos para fechar o turno se tornarão dramáticos, tanto em Chapecó quanto contra o Athletico na Vila e, muito mais, o derradeiro, diante do Flamengo, no Maracanã.

O carioca Zé Ricardo foi mais ousado que o argentino Sampaoli e terminou o jogo com quatro atacantes, até arrancar o 3 a 3.

Enquanto isso o São Paulo vivia sua tarde infeliz no Rio.

O Vasco de Vanderlei Luxemburgo deu um banho de bola no São Paulo para desespero de Cuca.

Já dava quando estava 11 contra 11 e aumentou a diferença com a expulsão de Raniel ainda ao faltar dez minutos para terminar o primeiro tempo.

A garotada vascaína só não ganhou por mais dos 2 a 0 impostos em São Januário, com 20 mil torcedores, porque ainda peca pela ansiedade na hora de finalizar.

Ao interromper a série de cinco vitórias tricolores, o Vasco mostrou futebol não para evitar o rebaixamento, mas para pensar mais alto.

Já o São Paulo não haverá de se conformar com a chance que perdeu para se aproximar do líder, embora deva ter percebido que seus dois últimos triunfos, contra Ceará e Athletico, foram mais fruto do acaso do que propriamente de bom futebol.

Coisa que o Corinthians insiste em não jogar, mesmo contra o lanterna do campeonato, o Avaí, e sabendo que uma vitória o colocaria no G4, no lugar do rival São Paulo.

Conseguiu sair atrás do time catarinense e quase foi o primeiro a ser derrotado pela equipe do coração de Gustavo Kuerten, porque resolveu poupar titulares fora de hora, pois há tempo de sobra para descansar antes de enfrentar o Fluminense pela Copa Sul-Americana.

Paulista que se deu bem na rodada foi o Palmeiras, porque folgou e viu seus três rivais se esborracharem.

Nada que se compare ao Flamengo, que mais uma vez sobrou em Fortaleza, fez 3 a 0 no Ceará, assumiu a liderança e jogou com o que tinha de melhor, apesar do jogo contra o Inter, em Porto Alegre e pela Libertadores.

Jorge Jesus ensina dentro e fora do campo, na estratégia de jogo e no planejamento.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal"¦

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.