Evitemos o tradicional autoengano brasileiro.
O futebol nacional já não atemoriza os rivais como antigamente e não é de hoje. Os mexicanos particularmente.
Porque a seleção asteca bateu a brasileira na final da Copa das Confederações de 1999 (4 a 3) e repetiu o feito na Olimpíada de Londres, em 2012, com Neymar e tudo (2 a 1).
Na Copa do Mundo de 2014, em Fortaleza, arrancou penoso 0 a 0 na segunda rodada. E assim por diante.
O Grêmio sofreu para derrotar o Pachuca por 1 a 0 nas semifinais do Mundial em 2017 e este mesmo Tigres eliminou o Inter nas semifinais da Libertadores, em 2015.
Portanto, não espere facilidades no jogo deste domingo (7) na estreia do Palmeiras no Qatar.
Se a rara leitora e o raro leitor estão confiantes pelo que viram na inconvincente vitória da equipe norte-americana sobre os sul-coreanos do Ulsan por 2 a 1, lembrem-se que também o alviverde não deu motivos para preocupação maior dos torcedores do Tigres ao ganhar do Santos como ganhou.
O clube de Monterrey, segundo o sítio especializado Transfermarkt, vale cerca de 60 milhões de euros, 35 milhões menos que o Palmeiras. Tem a respaldo, como seu proprietário, da segunda maior cimenteira do mundo, o que vai além de mero patrocínio. E sonhos tão ambiciosos como os do clube paulista.
Enfrentou o Ulsan com o medo de fazer papel ridículo e com o friozinho na espinha típico dos latinos em estreias, aspectos superados para o embate da tarde de domingo, diferentemente da situação palmeirense. Que, repita-se, terá de superar só o fator estreia, não o de precisar bater em bêbado, porque, definitivamente, não será o caso.
Cada jogo é um jogo, diria o Conselheiro Acácio caso fosse o sensível treinador português Abel Ferreira ou o mal-humorado brasileiro Tuca Ferretti, do Tigres.
As credenciais dos dois lados estão apresentadas e ambos os técnicos já se debruçaram para identificar pontos fracos e fortes.
O veterano atacante francês Gignac, viciado em gols, impõe respeito, e o experiente goleiro brasileiro Weverton, acostumado a evitá-los, passa segurança.
Não que, fique claro, o poderio esmeraldino se limite ao seu arqueiro, apenas um registro da tradição tupiniquim de ganhar os Mundiais de Clubes graças aos que ocupam a ingrata, e decisiva, posição, como Rogério Ceni, Clemer e Cássio, nos torneios de 2005/06/ e 2012.
De resto, os dados estão lançados. Não há por que temê-los nem subestimá-los.
Nós, brasileiros, esperamos que o Palmeiras cumpra com o seu dever. Com a humildade dos campeões. E bom futebol.
Incendiou
A 34ª rodada do Covidão-20 tirou o Galo da briga e pôs fogo na disputa entre Inter e Flamengo, agora com a diferença de apenas dois pontos, possíveis de virar um a favor dos rubro-negros caso vençam os colorados na penúltima.
Obviamente nada garante que cheguem lá, com ainda dois jogos a cumprir antes dela, nessa situação.
Até porque se na quinta-feira (4) o Flamengo teve o frágil Vasco pela frente e o Inter o forte Athletico para que a vantagem diminuísse, agora será o Flamengo que enfrentará o empolgante Bragantino, em Bragança, enquanto o Colorado receberá o fraco Sport.
Se o Inter vier a ser o campeão será com sofrimento, com atuações cautelosas, quase sempre na conta do chá.
Já o Flamengo, se for, será porque atropelou na reta final. E leva jeito.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.