Nos últimos anos do século passado era costume médicos e cientistas brasileiros recusarem entrevistas a jornalistas.
Permaneciam praticamente todos encastelados em suas torres de marfim. Quando os diários publicavam as raras entrevistas, alguns médicos eram rotulados pelos colegas como vaidosos à procura de méritos inexistentes.
Argumentavam que a complexidade de um tema científico daria margem à disseminação, pelos jornalistas, de conhecimentos incorretos —hoje em dia, algo próximo às denominadas fake news.
Felizmente nos dias de hoje se observa mudança radical nos cientistas e médicos.
Diariamente estão em todas as TVs, e nas páginas dos jornais e revistas em entrevistas a jornalistas, e também explicando de forma acessível à população os adequados cuidados contra a Covid-19.
Especialistas em doenças infecciosas bem articulados passaram a ter grande audiência para as informações médicas corretas, contrapondo-se à atual disseminação de fake news e orientações incoerentes.
No ano passado, 2.978 crianças tiveram a síndrome respiratória aguda grave devido ao coronavirus e 156 delas morreram.
Neste ano, até terça-feira (28) foram registrados 3.185 casos em crianças, com 145 mortes.
O médico Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria afirma que a vacina para crianças é segura. E acrescenta: "Retardar a vacinação de crianças no programa de imunizações significa colocar em risco essas crianças, que a partir de uma nova onda podem ser gravemente acometidas. É um direito das nossas crianças serem vacinadas. Temos razões éticas, epidemiológicas, sanitárias e de saúde pública para iniciar o mais breve possível a vacinação das crianças".
A informação dada por Kfouri tranquiliza e se contrapõe ao comportamento e às falas do governo federal sobre a vacinação de crianças contra a Covid.
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