Vocês nem imaginam a quantidade de termos novos que tenho encontrado na minha pesquisa sobre amor, sexo e traição: autossexual, demissexual, sapiossexual e muitos outros. Seriam apenas novas classificações ou são novos desejos?
Um termo que descobri recentemente é autossexual. Pessoas autossexuais seriam aquelas atraídas por si mesmas, que têm a si mesmas como o principal objeto de desejo sexual, como a modelo Iara Ferreira, de 28 anos, que faz sucesso na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans:
"Nesse tempo me descobri autossexual. Eu me sinto atraída pelo meu próprio corpo, às vezes prefiro ficar sozinha do que com alguém. Tenho tesão em mim mesma... Cheguei a essa conclusão em uma sessão de terapia. Percebi que tinha mais tesão em mim do que em outras pessoas."
Já demissexual seria quem tem, como pré-requisito para um relacionamento sexual, a existência de laços afetivos. A pessoa demissexual só sente atração por quem ela tem vínculo afetivo, intimidade e conexão emocional, como a cantora Iza, de 32 anos:
"A masturbação é uma coisa muito libertadora, de quanto mais você se conhece... Transei com pouquíssimas pessoas. Demora muito para eu querer transar com a pessoa, se eu não tiver nenhuma relação. Eu transei uma vez e foi tranquilo, deu tudo certo, mas fiquei me questionando. Demorei para entender que tinha a ver com demissexualidade. Preciso admirar muito para falar: 'Quero te dar'... Eu demoro muito para querer transar com alguém. Acho que só se tiver alguma conexão com a pessoa. Transei uma vez e fiquei 'meu Deus, fui violada, invadida', com aquela sensação de ‘por que fiz isso?’. Demorei para entender que não tinha nada a ver com o boy, mas comigo."
Sapiossexual seria a pessoa que sente atração sexual ou interesse amoroso com base na inteligência do outro, como a apresentadora Bela Gil, de 34 anos:
"Minha autoestima e esse senso de beleza estão muito relacionados ao intelecto. Eu sou sapiossexual, eu me atraio por pessoas inteligentes, não necessariamente bonitas. Então, eu não acho que eu tenho que ser hiper, ultra, megabonita. Para que eu vou botar silicone, entendeu? Deixa eu ler um livro, porque vai funcionar muito mais."
Não tenho espaço para todos os novos ou velhos termos que classificam as nossas preferências sexuais, e também a ausência delas. Já escrevi aqui sobre pessoas que afirmam ser assexuais ou terem se aposentado do sexo, como uma arquiteta de 56 anos:
"Amo meu marido, mas não tenho vontade de transar com ninguém, nem com ele, nem com o Chico Buarque, nem com o George Clooney."
No meu caso, a frase certa seria: "Nem com o Mads Mikkelsen...".
Vocês conhecem o ator Mads Mikkelsen, que brilhou no filme "Depois do Casamento", de 2006, e em "A Caça", de 2012? Assistam à cena final de "Druk - Mais uma Rodada", vencedor do Oscar de filme internacional em 2021, em que ele dança, e vocês irão entender por que sou completamente louca pelo dinamarquês de 57 anos. Não resisti ao trocadilho: sou mad por Mads! Será que existe "madssexual"? Deve existir, pois ele já foi escolhido como o homem mais sexy da Dinamarca.
Muitas mulheres me disseram que o humor é um pré-requisito para sentir tesão, mas não encontrei um termo específico para isso. Para elas, a capacidade de rir e de fazer rir é a forma mais eficaz para despertar o interesse romântico e sexual. Concordo 100% com elas: o homem que sabe me fazer rir e dá risada das minhas palhaçadas é o meu preferido. Admiro profundamente aqueles que não se levam muito a sério e que sabem rir, brincar e gozar a vida. É a característica que mais valorizo em qualquer tipo de relacionamento, no amor, na amizade e nas parcerias profissionais. Meu marido conhece muito bem a minha preferência e me faz dar risada (quase) todos os dias.
A verdade é que, ultimamente, tenho me sentido cada vez mais atraída por um determinado tipo de homem extremamente raro no Brasil: corajoso, sensível, generoso, empático, inteligente, carinhoso, atencioso, romântico, fiel, confiável, sincero, honesto, gentil e divertido. É querer muito de um homem só?
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