Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu Folhajus

Presidentes de partidos se reúnem com Alexandre de Moraes, Toffoli e Gilmar Mendes e apoiam voto eletrônico

Parlamentares disseram que vão trabalhar "para matar" discussão sobre o voto impresso em comissão da Câmara

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Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli se reuniram em café da manhã nesta quarta (30) com lideranças partidárias, que expressaram a eles seu apoio ao voto eletrônico e refutaram a adoção de medidas para viabilizar o voto impresso em 2022.

Participaram do encontro os deputados Luciano Bivar (PSL-PE), Baleia Rossi (MDB-SP) e Luís Tibé (Avante), o deputado e ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido), Gilberto Kassab (PSD) e Valdemar Costa Neto (PL).

Os presidentes do DEM, ACM Neto, e do PSDB, Bruno Araújo, participaram por telefone. O PP, por sua vez, foi representado pela deputada Magarate Coelho (PP-PI) e o Republicanos, por Márcio Marinho (Republicanos-BA).

Os parlamentares falaram em confiança plena no sistema eleitoral brasileiro e disseram que vão trabalhar "para matar" a discussão sobre o voto impresso na comissão especial da Câmara que analisa seu mérito.

Durante o encontro, o ministro Alexandre Moraes destacou que as urnas são seguras e auditáveis —e as chances de fraudes, quase nulas.

Após o café da manhã, a comitiva de deputados se reuniu com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso, para discutir a mesma pauta.

Sem apoio mínimo assegurado no plenário da Câmara dos Deputados, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do voto impresso corre o risco de ir direto para a gaveta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A medida é uma bandeira do bolsonarismo, embora nunca tenha havido suspeita concreta de fraude nas urnas eletrônicas.

Na segunda-feira (28), o bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR), autor do relatório, deu voto favorável à impressão em papel de comprovante do voto dado na urna eletrônica, que seria mantida nas eleições.

Oposição e aliados do governo pediram vista do relatório, o que significa o adiamento da discussão e da votação por duas sessões de plenário.

Manifestantes seguram cartaz a favor do voto auditável
Manifestantes pró-governo Bolsonaro protestam em Copacabana, na zona sul do Rio de janeiro, em maio - TheNews2

Depois do colegiado, o texto poderia ser votado em plenário. Isso esbarra, porém, na oposição já manifestada por pelo menos 11 partidos à mudança no sistema de votação no país.

Conforme revelou o Painel, no último sábado (26) as legendas discutiram o sistema eleitoral em uma reunião virtual e se colocaram contra a proposta. A união contou com atuação do ministro Alexandre de Moraes nos bastidores.

Com o apelo de Moraes, os presidentes se dividiram para buscar seus pares e chegaram ao time composto por partidos de posições variadas no espectro político, incluindo aliados de Bolsonaro: PSDB, MDB, PP, DEM, Solidariedade, PL, PSL, Cidadania, Republicanos, PSD e Avante.

Moraes será o presidente do TSE nas eleições de 2022. No sábado (26), ele disse ao podcast "Supremo na Semana" que a implementação do voto impresso não contribui para a democracia.

Para aprovar uma PEC, são necessários ao menos 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em votação em dois turnos. Para valer para as eleições de 2022, a proposta teria que ser promulgada até o início de outubro.

Ou seja, ainda que bolsonaristas e outros defensores da medida votem a favor da PEC em plenário, a proposta, hoje, teria poucas chances de passar. Lira, na avaliação de aliados, só colocaria o texto em votação caso percebesse que há apoio suficiente para aprová-lo.

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