Nos bastidores do PDT, a aposta é de que ao menos 15 dos 24 deputados da bancada votarão para que a legenda mude sua orientação na votação em segundo turno da PEC dos Precatórios na reunião interna com membros da executiva nacional do partido que acontece no início da tarde desta terça (9), em Brasília.
O líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE), anunciou na madrugada, por meio de sua conta no Twitter, que a bancada havia decidido votar pela não aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, ao contrário do que foi feito no primeiro turno. Porém, a decisão precisa ser ratificada pelo partido.
No primeiro turno da votação da PEC na Câmara, no dia 3, 15 dos 24 deputados da sigla deram aval à proposta do governo Jair Bolsonaro (sem partido). O texto-base da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite a expansão de gastos públicos e viabiliza a ampliação do Auxílio Brasil prometido por Bolsonaro foi aprovado pela Câmara e agora passa por nova votação.
Segundo um parlamentar pedetista que trabalha nos bastidores para a mudança de posicionamento da legenda, a decisão da bancada não tem a ver com o anúncio de Ciro Gomes (CE) de suspender sua pré-candidatura à Presidência após o partido ter votado pela aprovação da PEC no primeiro turno.
A decisão de Ciro, tomada sem conversar antes com a executiva do partido, desagradou a muitos correligionários. "Ele poderia ter sentado e conversado, mas preferiu se colocar mais uma vez como dono da verdade", diz um pedetista.
A decisão da bancada, segundo o parlamentar, se deve a outros fatores, sendo o principal o de que não será mais necessário aprovar a PEC para ter o orçamento para o pagamento do auxílio emergencial.
O PDT entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo liminar de urgência para suspender a votação em primeiro turno da PEC dos Precatórios porque ao menos 20 deputados que estavam em viagem oficial à Escócia, para participar da COP26, estavam entre os votantes.
O líder do PDT na Bahia, deputado Félix Júnior, que votou a favor da PEC e agora quer que o partido mude a orientação disse há alguns dias ao Metro1 que os pedetistas haviam entendido "que deveríamos votar [a favor], pois, nesse momento, tem muita gente sofrendo à espera do auxílio. Mas isso [a votação] pode mudar com uma nova discussão".
O deputado Leônidas Cristino (PDT-CE) também usou suas redes sociais para explicar a mudança de posicionamento. "Apostamos num caminho alternativo para diminuir os danos que a proposta original causaria. Infelizmente os últimos acontecimentos mostraram que não teremos essa garantia", disse.
com LÍGIA MESQUITA, VICTORIA AZEVEDO, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH
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