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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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PM instaura procedimento para apurar suposta tortura praticada contra Paulo Galo

'Me torturavam, me batiam, me queimavam e diziam: 'Faz o L', relatou entregador nas redes

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A Polícia Militar de São Paulo instaurou um procedimento para investigar uma denúncia de tortura feita pelo entregador e integrante do movimento Revolução Periférica Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo. A apuração será acompanhada pela Corregedoria.

O entregador Paulo Lima, o Galo, em São Paulo - Danilo Verpa - 8.jul.2020/Folhapress

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Em relato feito nas redes sociais, Galo afirma ter sido abordado por PMs em 15 de fevereiro deste ano, na zona oeste da cidade de São Paulo, quando transitava em sua moto sem fazer uso do capacete. As supostas agressões teriam durado cerca de seis horas.

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"Me torturavam, me batiam, me queimavam e diziam: 'Faz o L. Você não gosta de queimar as coisas?'", afirmou o entregador. Em 2021, ele foi apontado como um dos participantes do incêndio à estátua de Borba Gato, na capital paulista, e chegou a ser preso.

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Além do espancamento, Galo diz ter sido queimado com um equipamento usado pelos policiais. Nas redes sociais, ele exibiu as marcas e os ferimentos da suposta agressão.

MEDO

O entregador afirma que não prestou queixa ou fez corpo de delito —ação que é encorajada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo— por medo de eventuais represálias.

LEGALISTA

"A Corregedoria da Polícia Civil ressalta que as equipes da unidade estão à disposição do denunciante para a formalizar a ocorrência e adotar as medidas de polícia judiciária cabíveis. As forças de segurança do Estado são instituições legalistas, protetoras e promotoras dos diretos humanos e não compactuam com comportamentos ilícitos ou desvios de conduta", afirma a pasta, em nota.

ÀS CLARAS

Na semana passada, mais de 150 acadêmicos, ativistas e organizações de direitos humanos elaboraram uma carta cobrando explicações da SSP sobre o caso. O documento também foi endereçado ao Ministério dos Direitos Humanos —que, procurado pela coluna, não se manifestou até a publicação deste texto.

ÀS CLARAS 2

"Trata-se de uma preocupante tentativa de intimidação e retaliação criminosa à luta dos trabalhadores e trabalhadoras e um atentado contra as garantias básicas do Estado democrático de Direito. Tendo em vista o caráter dos agentes envolvidos, é fundamental que a segurança e proteção de Paulo Galo e sua família estejam garantidas ao longo das investigações", diz a carta.

ÀS CLARAS 3

"Galo tem se destacado como uma das principais lideranças dos entregadores e da juventude negra e periférica. As referências diretas a suas atividades políticas durante a sessão de tortura traduzem as atitudes violentas do Estado em condutas antissindicais que recaem, direta ou indiretamente, sobre a organização coletiva dessa categoria", afirma ainda.


CASA NOVA

A artista Lenora de Barros recebeu convidados na abertura de sua exposição individual "Não Vejo a Hora", realizada na semana passada, em São Paulo. A mostra inaugurou a sede da galeria Gomide & Co, localizada na avenida Paulista. O galerista Claudio Steiner e a cineasta Yael Steiner estiveram lá. O artista japonês Atsunobu Katagiri também compareceu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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