O médico Renato Kalil virou réu, nesta quinta (27), na ação penal em que é acusado de praticar os crimes de violência psicológica e lesão corporal durante o parto da filha da influenciadora Shantal Verdelho.
Em decisão unânime, a 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aceitou um recurso apresentado pela defesa da influenciadora e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Os desembargadores Mauricio Valala, Luiz Arruda e Sérgio Ribas reverteram a decisão de primeira instância que determinava o arquivamento do caso.
A defesa de Kalil afirma que entrará com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Shantal Verdelho afirmou ter sofrido agressões físicas e verbais cometidas por Kalil no nascimento de sua segunda filha, em setembro de 2021. Em áudio vazado nas redes sociais, ela afirma que imagens gravadas na hora do parto pelo marido, o modelo Mateus Verdelho, mostram o médico proferindo uma série de xingamentos, como "viadinha", "mimada" e "faz força, porra".
Ela diz também que o médico praticou em seu parto a chamada manobra de Kristeller, prática que consiste em pressionar a barriga da gestante para empurrar o bebê. O mecanismo, contraindicado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelo Ministério da Saúde, pode comprometer a saúde da mãe e do bebê.
Em outubro do ano passado, o Ministério Público apresentou denúncia contra o obstetra por crime de lesão corporal leve e violência psicológica durante o parto da filha de Shantal. Dias depois, o juiz Carlos Alberto Corrêa de Almeida, da 25ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou e solicitou o arquivamento da denúncia, alegando falta de provas.
O Ministério Público e o advogado da influenciadora, Sergei Cobra, entraram com recurso da decisão no TJ-SP, que foi acatado nesta quinta (27) pelos desembargadores. Agora, o caso volta à primeira instância, e novas audiências serão marcadas.
"O Tribunal fez justiça ao reverter a decisão em primeira instância. Há um vídeo que mostra que ele [Renato Kalil] cometeu não só lesão corporal, como violência psicológica", diz o advogado. "Em 30 anos de advocacia, nunca vi um caso de tão evidente comprovação da culpa de um réu. A decisão de primeira instância não considerou o vídeo nem o depoimento de 20 mulheres que comprovam as violências cometidas pelo médico", acrescenta ele.
Em nota, o advogado Celso Vilardi, que representa o médico, disse que a decisão do TJ "apenas autorizou o início do processo, sem qualquer julgamento e mérito".
"A decisão será objeto de recurso ao Superior Tribunal de Justiça mas, a defesa tem convicção de que a inocência de Renato Kalil será reconhecida pela justiça", diz Vilardi.
Além da ação penal, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) abriu um processo ético-profissional para apurar infrações que teriam sido cometidas por Kalil.
O procedimento, que pode resultar na cassação do registro profissional do médico ou inocentá-lo, foi iniciado em dezembro passado, um ano após o conselho começar a investigar o caso por meio de uma sindicância.
Kalil já negou anteriormente que tenha acontecido qualquer intercorrência durante o parto de Shantal, e afirmou que o vídeo revelado por ela mostrando as supostas violências sofridas foi editado e está fora de contexto.
TABLADO
Após um hiato de 11 anos longe dos palcos, a atriz Camila Morgado voltará ao teatro como protagonista do clássico "A Falecida", de Nelson Rodrigues. O espetáculo é idealizado e dirigido por Sergio Módena e vai estrear no dia 18 de agosto, no Sesc Santo Amaro, em São Paulo.
O ator Thelmo Fernandes protagoniza a produção ao lado de Camila. Também estão no elenco Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho e Alan Ribeiro.
"Esta montagem marca a minha primeira direção de uma obra dele. Estamos criando uma encenação atemporal para a peça, que, originalmente, foi escrita em 1953 e se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. Mas Nelson vai além da crônica carioca. Ele radiografa a miséria da alma humana, presente nos mais diversos lugares e épocas", diz Módena.
com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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