Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus

Justiça sobe para R$ 700 mil valor que SP deve pagar a viúvo de artesão morto na chacina de Osasco

Em primeira instância, juiz já tinha reconhecido responsabilidade do Estado pela morte; cabe recurso

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A 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu, por maioria, aumentar de R$ 300 mil para R$ 706 mil o valor da indenização que o estado paulista deverá pagar por danos morais ao viúvo do artesão e babalorixá Eduardo Oliveira Santos, que foi assassinado na chacina de Osasco, em 2015.

Bar no bairro Munhoz Junior, em Osasco (SP), um dos alvos da chacina - Avener Prado - 14.ago.2015/Folhapress

Ele foi uma das 17 vítimas da maior chacina registrada na história do estado de São Paulo. As execuções foram capitaneadas por policiais militares e por guardas civis da cidade de Barueri, que buscaram vingar a morte de colegas.

Em decisão anterior, de junho do ano passado, o juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara de Fazenda Pública do TJ-SP, reconheceu a união estável da vítima com Jean Fábio Lopes dos Santos e determinou o pagamento de uma indenização no valor de R$ 300 mil. Também foi decidido que o viúvo receberia uma pensão mensal no valor de R$ 3.000 por danos materiais.

Em novo julgamento na segunda-feira (5), os desembargadores atenderam, por maioria, a uma apelação apresentada por Jean Fábio e aumentaram o valor da indenização para 500 salários mínimos, o equivalente a R$ 706 mil. Cabe recurso.

"Valores irrisórios de compensação podem ser um estímulo à barbárie e deixam as famílias com um ainda mais profundo sentimento de injustiça", diz o advogado João Tancredo, que representa o viúvo.

Na época da primeira condenação, a Fazenda Pública de São Paulo se defendeu afirmando que, ainda que houvesse participação de agentes policiais no episódio, "não haveria responsabilidade do Estado, na medida em que o ato [assassinato] teria sido praticado fora dos limites ou do âmbito administrativo da ação estatal".

Argumentou também que o valor inicial da reparação por danos morais seria excessivo e que não havia prova de que Eduardo "contribuía para o sustento de entidade familiar, motivo pelo qual não se há falar em danos materiais indenizáveis".

Na ocasião, o juiz Randolfo Campos rejeitou a contestação, afirmando que a relação entre os homicídios e a função pública é incontestável e que, anteriormente, a própria Fazenda Pública já havia admitido o envolvimento de policiais na chacina.


CONFETE

A atriz Alessandra Negrini, rainha do Acadêmicos do Baixo Augusta, usou balões presos à fantasia no desfile que celebrou os 15 anos de existência do megabloco no Carnaval paulistano. A atriz Marisa
Orth também participou do cortejo, que desceu a rua da Consolação, na região central de São Paulo, no domingo (4). O escritor Marcelo Rubens Paiva compareceu à comemoração.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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