O julgamento de Sergio Moro (União Brasil-PR) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) intensificou as apostas sobre o resultado entre profissionais do Direito do estado que estão familiarizados com as votações da corte.
A coluna consultou tanto advogados e juristas que defendem que Moro seja cassado quanto os que sustentam a inocência dele. Pelas análises, o ex-juiz precisaria conquistar apenas mais um voto para a sua absolvição.
Dos sete magistrados que participam do julgamento, dois sempre foram considerados votos seguros contra Moro. Outros dois eram contabilizados como favoráveis a ele.
Três eram considerados um mistério antes do início da sessão de julgamento.
Como o relator do processo, Luciano Falavinha Souza, votou contra a cassação, Moro já soma três juízes a seu favor. Com mais uma adesão, ele se livra do afastamento.
As análises sobre os demais votos se baseiam em posições já expressadas pelos integrantes do TRE-PR em outros julgamentos ou em declarações anteriores, ainda que feitas fora da Corte.
Os juízes Julio Jacob Junior e José Rodrigo Sade são considerados votos certos contra Moro. Os dois ocupam as vagas destinadas a advogados no tribunal.
Eles integraram uma lista sêxtupla de advogados indicada pelo Tribunal de Justiça do PR, e foram escolhidos e nomeados pelo presidente Lula (PT).
O voto de Jacob, por seus posicionamentos anteriores, é considerado inabalável. O de Sade poderia mudar no desenrolar do julgamento, mas ainda assim ele é computado como anti-Moro.
Os juízes Guilherme Frederico Hernandes Denz e Claudia Cristina Cristofani são considerados votos seguros a favor de Moro.
Ambos fizeram carreira na magistratura. Ela é desembargadora e ele, juiz de Direito.
O maior mistério do julgamento era o voto do relator do caso, Luciano Carrasco Falavinha Souza. Atos e palavras do magistrado levavam os dois lados da contenda a imaginar que ele seria um voto contrário a suas demandas. Falavinha votou contra a cassação do ex-juiz, decepcionando os que se opõem a ele.
O juiz Anderson Ricardo Fogaça também é tido como um voto indecifrável até o momento.
O presidente do Tribunal, Sigurd Roberto Bengtsson, só vota em caso de empate. Poucos arriscam dizer, neste caso, para que lado do muro o voto dele penderá.
Sergio Moro é alvo de duas ações que o acusam de abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida dos meios de comunicação social em sua pré-campanha em 2022. Elas são movidas pelo PL (Partido Liberal) de Jair Bolsonaro e pela Federação Brasil da Esperança, que reúne PT, PC do B e PV, legendas da base do governo Lula.
As ações serão analisadas em conjunto. Moro nega a prática dos crimes.
FASHION
A modelo Cristina Leite chamou as ex-modelos Haag Campedelli, Paula Franco e Andrea Clara para lançarem um manifesto fashion contra a pouca representatividade das mulheres com mais de 50 anos nas passarelas dos desfiles e no mercado publicitário. Às vésperas de mais uma edição da São Paulo Fashion Week, que ocorrerá de 9 a 14 de abril, elas posaram para as lentes do fotógrafo Mauricio Nahas para a campanha "Nós Não Somos Invisíveis". A imagem não foi editada ou retocada por programas de edição com o objetivo de chamar a atenção para a real beleza feminina.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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