Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus STF TSE

Bolsonaro dirá ao STF que não tinha razões para suspeitar de que poderia ser preso

Defesa vai manter argumento de que ele foi à embaixada da Hungria fazer 'contatos', já que não vislumbrava a possibilidade de ser detido

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Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) vão apresentar na manhã desta quarta (27) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes as explicações dele sobre a permanência, por dois dias, na embaixada da Hungria em Brasília.

Um dos argumentos centrais será o de que o ex-presidente não teria razões para "suspeitar minimamente" de que poderia ser alvo de um mandado de prisão. Portanto, seria "ilógico sugerir" que ele teria ido à missão diplomática para se esconder ou pedir asilo político, como autoridades passaram a suspeitar.

SIMPLES VISITA

Os defensores vão afirmar que quatro dias antes da visita de Bolsonaro à sede diplomática húngara, a Polícia Federal (PF) havia prendido diversos de seus ex-auxiliares por determinação de Alexandre de Moraes. Manteve, no entanto, a liberdade do ex-mandatário, limitando-se a recolher o seu passaporte. Ou seja, se o magistrado quisesse levá-lo também à prisão, teria determinado a detenção na mesma ocasião.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, em imagem captada pelo circuito interno de segurança da embaixada da Hungria. - Reprodução/NYT

VISITA 2

"Não faria, portanto, qualquer sentido suspeitar minimamente de que um decreto de prisão preventiva pudesse ocorrer" apenas quatro dias depois das medidas cautelares já aplicadas, afirmam os defensores. "Se tal fosse o intento do ministro relator [Moraes], já o teria feito dias antes, não se limitando simplesmente à custódia do documento de viagem [passaporte de Bolsonaro]", seguem. Bolsonaro é representado pelos advogados Fabio Wajngarten, Paulo da Cunha Bueno e Daniel Tesser.

CONTATO

O ex-presidente, assim, teria ido à embaixada da Hungria apenas para manter "contatos" com as autoridades já que, como ex-presidente, seguiria com uma agenda política nacional e internacional "extremamente ativa" —especialmente em relação a lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador, como é o caso do presidente da Hungria, Viktor Orbán. Com ele, dizem, Bolsonaro trataria de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador.

"Não faz sentido supor que por detrás da visita à delegação diplomática havia algum plano sub-reptício visando furtar-se das investigações em andamento, com as quais, rediga-se, sempre colaborou", afirmam os advogados em mensagem à coluna.

Eles lembram também que o ex-mandatário foi à posse de Javier Milei na Argentinaviagem previamente informada ao ministro Alexandre de Moraes.

SONO LEVE

O fato de Bolsonaro ter até dormido na embaixada, como revelou o jornal The New York Times, levantou a suspeita de que ele foi conversar com os húngaros sobre a possibilidade de pedir asilo político para escapar da detenção. O ex-mandatário é investigado, entre outras coisas, por tentar dar um golpe para se manter no poder depois da derrota para Lula, em 2022.


À MESA

O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Junior, foi o convidado de honra do jantar de lançamento do fundo USP Diversa, programa que dá bolsas pagas para ajudar na permanência de alunos na instituição. A médica Ludhmila Hajjar e a cantora Marisa Monte foram as anfitriãs do evento, junto da advogada e filantropa Cristiane Sultani. O jantar ocorreu na casa de Candido e Teresa Bracher, localizada na capital paulista, na noite de segunda-feira (25). A filósofa e escritora Djamila Ribeiro, colunista da Folha, compareceu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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