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Novo promotor do caso da ciclista venezuelana morta no AM recusa tese de feminicídio

Julieta Hernández foi assassinada em Presidente Figueiredo (AM) no ano passado

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O novo promotor de Justiça responsável pelo caso da artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM) no ano passado, recusou o pedido da família para reclassificar o crime como feminicídio.

Gabriel Salvino Chagas do Nascimento assumiu o processo após a antiga promotora, Fábia Melo Barbosa de Oliveira, sair do caso. Ela se declarou suspeita por "motivo de foro íntimo".

A artista Julieta Hernández - /Arquivo Pessoal

Julieta viajava de bicicleta pelo Brasil e foi morta no município localizado a 117 km de Manaus. Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas denunciou o casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), estupro e ocultação de cadáver. Eles confessaram o delito.

No mês passado, a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a irmã de Julieta, Sophia Hernández, viajaram ao estado para uma série de reuniões com autoridades e representantes do Judiciário.

Elas encabeçam uma campanha pedindo a mudança na tipificação dos crimes. A tese, porém, acaba de ser rejeitada.

No seu parecer, obtido pela coluna, o promotor Nascimento afirma que "não há qualquer prejuízo em seguir o feito conforme a denúncia ofertada".

"Não se trata do momento apropriado para se discutir teses jurídicas em abstrato, eis que são questões de mérito", diz também.

Os familiares criticam a decisão. "A visão patriarcal no caso da minha irmã em Presidente Figueiredo é um ataque perigoso não só contra minha irmã, contra mim e minha mãe, mas também contra todas as mulheres", afirma Sophia Hernandez, irmã de Julieta, à coluna.

A família destaca que a artista foi estuprada, queimada viva e enterrada. "Esses são elementos de crueldade que afastam a tipificação de latrocínio por demonstrarem que os acusados tinham intenções para além do ‘simples’ roubo", dizia o pedido.

Os advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda Fernandes representam a irmã e a mãe de Julieta no processo. A presidente da UBM, Vanja Andréa Santos, diz que a tipificação do crime como feminicídio é fundamental para que possamos mapear a situação das mulheres no Brasil" .

O Ministério das Mulheres divulgou em junho uma nota em apoio à campanha que pede que o processo seja enquadrado como feminicídio. "A violência contra Julieta Hernandez apresenta características de um crime misógino e xenófobo, de ódio à artista circense como mulher e como migrante", diz o texto.


JARDIM REAL

O rapper Snoop Dogg apareceu trajado como um cavaleiro para assistir ao hipismo no Palácio de Versalhes, na França, no sábado (3), nos Jogos Olímpicos. No dia seguinte, no domingo (4), o ator Ryan Gosling e a mulher, a atriz Eva Mendes, também acompanharam as competições com cavalo no local.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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