Faltando oito dias para a abertura das Olimpíadas de Inverno, um dos tópicos Quentes na rede social chinesa Sina Weibo é uma "possível provocação [militar] dos Estados Unidos nos Jogos". Está também na plataforma concorrente WeChat, como relatado no portal Guancha.
O ponto de partida é a resposta do porta-voz do Ministério de Defesa, Wu Qian, durante coletiva, a uma pergunta sobre as movimentações recentes dos EUA em torno da China —exercícios navais, a divulgação de uma foto da aproximação de um navio americano ao porta-aviões Lliaoning e, na última semana, a chegada de um submarino estratégico à base de Guam (abaixo), em "lembrança de que armas nucleares estão próximas", segundo o japonês Nikkei.
Wu, em transcrição de vídeo: "Os Jogos são um grande evento esportivo para a comunidade internacional. Os amigos vêm e tomam um bom vinho. A China será uma boa anfitriã e trabalhará com todas as partes para realizar Olimpíadas simples, seguras e emocionantes. Mas deve-se ressaltar que os militares chineses estão totalmente preparados para provocações e emergências externas".
Criticou especificamente a "provocação militar" da aproximação ao porta-aviões, que creditou à "síndrome hegemônica" americana.
SABOTAGEM, INTERFERÊNCIA
Na mesma linha, também vem tendo algum eco nas redes chinesas a manchete "exclusiva" do Global Times, ligado ao PC, sobre a "autorização de saída" de diplomatas americanos da China "antes das Olimpíadas". Em tom crítico, diz que "táticas só expõem a verdadeira intenção de Washington em sabotar os Jogos".
O jornal ressalta noutro texto que o chanceler "Wang Yi cobra dos EUA que parem de interferir nos Jogos em telefonema a Antony Blinken", seu colega americano. O motivo para a "autorização de saída" seria o constrangimento com as medidas de controle da pandemia no país.
IRMÃ (OU PRIMA) DA ÔMICRON
Os "netizens" chineses seguem preocupados com a pandemia. Na quarta, um dos principais tópicos no Weibo havia sido a "irmã do ômicron", BA.2, subvariante que o governo britânico, após centenas de infecções, declarou variante sob investigação. "Mas a virulência não é mais forte que a da irmã", diz o perfil do Diário do Povo.
A mutação já se espalha pelos EUA, mobilizando telejornais locais do Texas à Califórnia e ao Estado de Washington. "Chegou a prima da ômicron, mas não entre em pânico ainda, dizem especialistas", destacou o USA Today.
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