Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu Planeta em Transe toda mídia

'Braço longo' dos EUA retorna antes de Lula tomar posse

Departamentos do Tesouro e de Estado 'já começaram o processo de investigação' de desmatadores e mineradores de ouro no Brasil, destaca Reuters, e 'visam impor sanções'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Financial Times partiu do discurso de Lula na COP27 para destacar que ele traz uma "visão expansiva para a política externa", com atenção a meio ambiente, multilateralismo e integração regional. Entrevista o ex-chanceler Celso Amorim, que diz que a nova agenda "já começou":

"Haverá grande ênfase no combate à mudança climática, no aprofundamento da integração com a América Latina e na renovação das relações com a África. A reforma da governança global vai fazer parte disso, assim como boas relações com os Estados Unidos e boas relações com a China."

Na reportagem da Reuters sobre o uso de sanções dos EUA no Brasil, uma área desmatada na região de Manaus, em julho de 2022
Na reportagem da Reuters sobre o uso de sanções dos EUA no Brasil, uma área desmatada na região de Manaus, em julho de 2022 - Reuters/Bruno Kelly

No entanto, a exemplo do que houve com a escolha para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Washington ou, mais especificamente, o Departamento do Tesouro, de Janet Yellen, também já começou a agir.

Citando autoridades americanas anônimas, a Reuters noticia que os "EUA visam impor sanções a desmatadores do Brasil" e até "mineradores de ouro", recorrendo às chamadas sanções globais Magnitsky —que são da alçada de Yellen e, originalmente, visavam "punir acusados de corrupção".

Segundo a agência, "autoridades dos EUA já começaram o processo de investigação de alvos específicos, com penas que variam de lista negra de visto às sanções Magnitsky". Envolve, além do Tesouro, o Departamento de Estado.

"Mas ainda há dúvidas sobre como Lula verá o plano, que está em estágio inicial", diz a Reuters. "Ele acredita que Washington ajudou os procuradores brasileiros a prendê-lo, com acusações de corrupção, e várias vezes expressou irritação com o braço longo das leis americanas."

RENMINBI, NÃO DÓLAR

Também a China já começou a agir, via comércio. Além de liberar nas últimas semanas a importação de milho, farelo de soja e até aviões do Brasil, ecoou por veículos como Jingji Ribao ou Diário Econômico, de Pequim, que a moeda chinesa, renminbi, passou a ser usada pelo agro na compra de fertilizantes da Rússia.

E também na China estão atentos aos pronunciamentos do futuro presidente. O portal Guancha, de Xangai, que fez no ano passado uma longa entrevista com Lula, então em início de campanha, verteu para o chinês e publicou no alto da home page o discurso em que ele chorou.

DE VOLTA A SÃO PAULO

Em meio à boa vontade com o Brasil no noticiário, o jornal The New York Times (reprodução acima) indica um fim de semana em São Paulo, com sugestões como andar e comer pastel no Elevado João Goulart ou Minhocão, "Big Worm", e visitar o reaberto Museu do Ipiranga, com sua "visão extremamente crítica da forma como a história é tradicionalmente ensinada" no país.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.