Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Jornal japonês, recebido com ceticismo, noticia Xi 'repreendido' no PC chinês

Segundo Nikkei, 'anciãos' cobraram líder, que responsabilizou seus antecessores; 'sou eu o culpado?', ele teria dito

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No japonês Nikkei, a coluna China Up Close, sobre bastidores de Pequim, publicou que Xi Jinping foi "repreendido por anciãos [do PC] por causa da direção [em que está levando a] nação", no retiro dos líderes em Beidaihe, praia perto de Pequim, um mês atrás.

Não houve confirmação por outros jornais, mas ecoa em mídia social. Na coluna de Katsuji Nakazawa, baseado em Tóquio, "fontes disseram que um grupo de líderes aposentados repreendeu o líder de forma que não tinham feito até agora" e "Xi mais tarde expressou sua frustração aos seus assessores mais próximos".

Com detalhes como um encontro preparatório dos anciãos "nos subúrbios de Pequim", a coluna reproduz até o que Xi teria falado depois aos assessores: "Todos os problemas deixados pelos três líderes anteriores estão sobre meus ombros. Sou eu o culpado?".

Reprodução/Nikkei

Boa parte da repercussão questiona o Nikkei, lembrando o crescente antagonismo entre o Japão e a China. Um acadêmico australiano, Neil Thomas, ligado ao think tank Asia Society, de Nova York, refutou mais extensamente e com argumentos, a começar de que a coluna "tem um histórico misto", listando diversos erros.

Diz que as duas reuniões dos anciãos são "improváveis", porque eles são administrados por um aliado de Xi e elas representariam um "grande desafio político" ao líder, que tem aliados também na chefia dos militares, da polícia, inteligência etc. "Seria uma aposta de grande risco. Ou você vence ou está na prisão."

Diz que os dois nomes dados como participantes das reuniões, Zeng Qinghong e Li Keqiang, são de alas diferentes do partido, o primeiro até próximo de Xi. Em suma, avalia que é preciso "evidências mais sólidas para acreditar que Xi não está dando as ordens".

Encerra, porém, aconselhando: "Por favor, leia a coluna. Pode ser um feito incrível de reportagem, que revela um novo capítulo em Pequim".

'QUÃO POUCO SABEMOS'

Também um mês atrás, ouvido pela Bloomberg sobre a queda súbita do chanceler Qin Gang, Joseph Torigian, da American University, de Washington, comentou: "Temos esses momentos ocasionais em que nos lembram o quão pouco sabemos sobre a política chinesa".

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