Um dos nomes cotados para assumir a vaga que será aberta em julho no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), André Mendonça, vai ganhar um gabinete para despachar do Palácio do Planalto.
A sala 206, no segundo andar, já está sendo adaptada para receber o ministro, que ficará a apenas um andar de distância do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocupa o terceiro piso.
Com isso, o Planalto voltará a ter seis ministros —os titulares de Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria Geral, GSI, Comunicações e, agora, AGU.
Quando ministro da Justiça, Mendonça chegou a ter uma sala no prédio. Nos dois casos, a sugestão foi feita pelo agora ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Jorge Oliveira, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência até o fim do ano passado.
De acordo com a AGU, o advogado-geral ganhou uma sala no quarto andar do Planalto ainda no início da pandemia, há um ano, quando Mendonça estava no posto, mas pouco usava o espaço perto do presidente.
Desde que voltou ao cargo, ele não trabalhou do Planalto, onde a nova sala está sendo preparada. Os ministros que trabalham na sede do Executivo acabam tendo mais influência sobre o presidente por causa da facilidade de acesso ao gabinete dele.
Jorge Oliveira é um dos principais fiadores do nome de Mendonça para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que deixa o STF em 5 de julho.
Mendonça, porém, não é mais dado como favorito por pessoas próximas a Bolsonaro. Começaram a emergir críticas à atuação de Mendonça na Justiça.
Um auxiliar do Planalto disse, sob condição de anonimato, que há críticas da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal de que, quando era ministro da Justiça, o atual advogado-geral da União estava tão focado em ingressar no STF que não dava atenção a outras pautas.
Outros interessados na vaga já se movimentam, caso do ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio Noronha, que tem lembrado a advogados com quem conversa sua lista de medidas que indicariam que ele é alguém de confiança.
Foi Noronha que, por exemplo, concedeu prisão domiciliar a Fabricio Queiroz e à mulher dele, Márcia de Aguiar, em julho de 2020.
Queiroz é ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente. O amigo de Bolsonaro é alvo de investigação sobre o esquema das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Com Daniel Carvalho
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.