"O Bruno [Covas] só pensava em política pública. Era a vida dele. Quarenta e um anos, não deixa nada de patrimônio, morava em apartamento de 70m² alugado, e nenhum escândalo ou condenação”, diz Orlando Faria, secretário de Habitação e homem de confiança do tucano na prefeitura.
Covas (PSDB) era a principal referência de uma geração de jovens tucanos que foi levada por ele para a Prefeitura de São Paulo. Ele tinha o projeto de fortalecer os quadros do partido e alimentar a máquina municipal simultaneamente. Faria, amigo dele há cerca de 20 anos, participou desse processo ao longo dos últimos anos.
Aficionado por articulação política, Covas recebeu tucanos no hospital durante a última semana para falar da migração de Rodrigo Garcia para o PSDB, que ele ajudou a concretizar.
A empolgação do prefeito com o tema foi observada pelos que falaram com ele, pessoalmente ou por telefone. Faria diz que conversou com ele nessa semana mais do que no acumulado de dois meses.
O secretário recebeu, inclusive, uma série de mensagens de Covas sobre o tema no celular quando o prefeito já estava sedado, na sexta-feira (14).
O celular do prefeito provavelmente havia desligado antes que as mensagens fossem transmitidas e foram disparadas depois que ele foi religado.
“No momento em que o país vai pedir uma liderança de centro, do diálogo, ele seria uma das opções em futuro próximo”, diz Faria.
Ele afirma que esse grupo de tucanos paulistas vai continuar com o projeto que Covas resumia como o de "radicalismo de centro", conjugando propostas de austeridade fiscal e de progressismo social.
"O corpo vai embora, mas o Bruno Covas fica. O legado dele fica. Ele forjou a gente. O jeito de pensar, agir e formular políticas públicas. Seguimos um grupo muito leal à ideologia dele", diz.
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