Apesar da preocupação com a operação deflagrada nesta quarta-feira (22) contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, a entourage do presidente Jair Bolsonaro (PL) quer aproveitar o episódio para esvaziar uma acusação feita por outro ex-ministro, o Sergio Moro.
Ao deixar o Ministério da Justiça, Moro afirmou que Bolsonaro teria tentado interferir no comando da Polícia Federal, com o intuito de nomear um superintendente mais simpático ao governo no Rio de Janeiro, onde o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) era investigado. O presidente teria ameaçado demitir Moro caso a troca não acontecesse.
Um inquérito sobre o caso foi aberto no Supremo Tribunal Federal, mas acabou sendo arquivado.
Com a operação contra Ribeiro, a tônica será de que a PF segue tendo autonomia e que, caso Bolsonaro de fato interferisse, uma investigação tão próxima ao Palácio do Planalto não teria avançado.
O próprio presidente falou nessa linha na manhã desta quarta. "Ele que responda pelos atos dele, eu peço a Deus que não tenha problema nenhum", disse o presidente, em entrevista à rádio Itatiaia de Minas Gerais. "Se a PF prendeu, tem um motivo, e o ex-ministro vai se explicar", completou
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