Painel

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel
Descrição de chapéu Folhajus

Fux quer concluir acordo sobre desastre de Mariana em até 60 dias

Negociações sobre rompimento da barragem ocorrido em 2015 esbarram no valor da indenização

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Passados mais de seis anos da tragédia de Mariana (MG), o acordo de reparação pelo rompimento da barragem, que deixou 19 mortos, é uma das prioridades do fim da gestão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux.

Segundo ele, as rodadas técnicas já foram concluídas e, na próxima terça-feira (12), haverá mais negociações presenciais no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

"A expectativa é de que a repactuação seja firmada em breve, no prazo máximo de 60 dias", diz Fux.

O CNJ é quem conduz as negociações por um acordo envolvendo a Samarco, empresa responsável pela barragem de Mariana, e os demandantes de mais de 85 mil ações que correm na Justiça.

O maior entrave para a finalização das tratativas é o valor que a empresa está disposta a pagar.

Após 5 anos da tragédia em Bento Rodrigues, o distrito da cidade de Mariana está em ruínas, parecendo uma cidade abandonada. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, ESPECIAIS) - Adriano Vizoni

Representantes dos governos que participam das conversas estimam que, para atender a todas necessidades, o acordo deveria ficar em pelo menos R$ 126 bilhões. A empresa resiste, segundo relatos.

Enquanto isso, as partes ficam em um estica e puxa para contemplar todos os projetos prioritários para cada um dos entes.

O governo federal, por exemplo, briga para garantir recursos para iniciativas do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente.

Já o governo de Minas Gerais estabeleceu como prioritárias obras de infraestrutura e saneamento básico.

O grande receio das partes é o mandato de Fux terminar e haver algum prejuízo nas discussões em função da troca na presidência do CNJ.

O CNJ chegou a sinalizar que a repactuação finalmente seria assinada no final de junho, mas a data não foi confirmada.

Procurada, a Samarco afirma que, juntamente com suas acionistas, "sempre esteve e segue comprometida com as discussões acerca da repactuação no contexto do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), lideradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e das ações de reparação e compensação de danos executadas pela Fundação Renova".

"A empresa acredita que é possível, de forma consensual, chegar a um acordo a partir da avaliação criteriosa de cada um dos 42 programas que compõem o TTAC para dar mais celeridade e efetividade às ações", disse em nota.

A Renova, fundação com participação da Samarco criada para executar as ações de reparação, afirma que até maio deste ano mais de 376 mil pessoas no Espírito Santo e Minas Gerais foram indenizadas ou receberam auxílios financeiros emergenciais, totalizando R$ 9,87 bilhões pagos.

"A água do rio Doce se encontra em condições similares às anteriores ao rompimento e pode ser consumida após tratamento. Também foi concluído o repasse de R$ 830 milhões para os estados de Espírito Santo e de Minas Gerais e 38 municípios para investimentos em educação, infraestrutura e saúde. Cerca de R$ 21,8 bilhões foram desembolsados nas ações socioambientais e socioeconômicas", diz.

O rompimento da barragem aconteceu em 5 de novembro de 2015. A Samarco é uma joint-venture entre a Vale e a BHP Billiton.

Um distrito, o de Bento Rodrigues, foi destruído pela lama, que atingiu o rio Doce em todo o percurso de Minas até a foz, em Regência, localidade do município de Linhares, no Espírito Santo. O litoral do estado também foi afetado.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.