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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu congresso nacional

Senadores do PT criticam falta de coordenação do partido sobre PEC Kamikaze

Após votação unânime da bancada, presidente da legenda a classificou de 'vergonhosa'

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Brasília

Senadores do PT estão reclamando da falta de coordenação do partido para lidar com a PEC ​Kamikaze, aprovada nesta quinta-feira (31) com o apoio de toda a bancada presente.

A proposta abre espaço para um pacote de bondades do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) que vai de zerar a fila do Auxílio Brasil a pagamentos de R$ 1 mil a caminhoneiros.

De acordo com relatos, sem uma orientação da direção nacional do PT, os senadores se reuniram e avaliaram que posicionar-se contra medidas que podem aliviar a população poderia ser extremamente prejudicial em ano eleitoral.

Optaram por conter danos batalhando para garantir que o salvo-conduto dado ao governo se restringisse às propostas já elencadas e evitando o pagamento de uma taxa de administração que poderia servir para a substituição dos cartões do Bolsa Família utilizados no Auxílio Brasil.

A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT - PR). (Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara )

Só dois senadores do partido não votaram, porque estavam em missão oficial: Humberto Costa (PE) e Fabiano Contarato (ES). Depois do apoio de seus correligionários e das críticas nas redes sociais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou a PEC de vergonhosa.

"Vergonha essa PEC do desespero eleitoral. Mudam a Constituição para criar estado de emergência e justificar barbaridades sem resolver crise que atinge o povo. Querem R$ 1,3 bilhão para caixa fazer propaganda e trocar os cartões do Auxílio Brasil. Onde está emergência aí, [presidente do Senado] Rodrigo Pacheco", escreveu.

O posicionamento gerou desconforto nos senadores da bancada. Procurada, Gleisi afirmou que a orientação do partido foi "denunciar" a PEC, em uma nota conjunta com sete partidos da oposição. Segundo ela, depois disso, "a bancada se reuniu e decidiu votar a favor pra não deixar o povo sem benefícios".

O líder na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG) foi na mesma linha e afirmou que alegar imprevisibilidade no aumento dos preços dos combustíveis é "desonestidade intelectual". O texto precisa agora ser aprovado pelos deputados.

"É um escândalo, um improviso, tentativa de compra de votos, um desrespeito ao povo brasileiro. Nós queremos soluções definitivas, emancipatórias e geradoras de oportunidades para a nossa gente e que enfrentem o problema pela raiz que é a mudança na política de preços dos combustíveis", afirmou ao Painel.

Mas questionado se o partido havia, portanto, mudado de posição, ele afirmou ainda não haver decisão da legenda. Uma reunião foi marcada para próxima semana para se avaliar as possibilidades.

O Senado aprovou nesta quinta-feira (30) a PEC (proposta de emenda à Constituição) que institui um estado de emergência para permitir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fure o teto de gastos e abra os cofres públicos a pouco mais de três meses das eleições.

O texto dá aval ao governo para turbinar programas sociais até o fim do ano sem esbarrar em restrições da lei eleitoral, que existem para evitar o uso da máquina pública em favor de algum candidato. Bolsonaro ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As medidas terão um custo total de R$ 41,25 bilhões —valor maior que os R$ 38,75 bilhões acertados na véspera, em mais um movimento de aumento da fatura. Quando as medidas para atacar a alta de combustíveis começaram a ser discutidas, o gasto extra era projetado em R$ 29,6 bilhões.

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