Ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf registrou um boletim de ocorrência neste sábado (13) pedindo a investigação da inclusão de seu nome na lista de apoiadores da Carta aos Brasileiros e Brasileiras em Defesa do Estado Democrático de Direito, que foi lida na Faculdade de Direito da USP na quinta-feira (11) e que conta com mais de 1 milhão de adesões.

Como revelou o Painel, Skaf diz que não assinou a carta da USP nem a da Fiesp e que alguém utilizou seus dados para colocá-lo como signatário da primeira. A coluna apurou que o CPF inserido para cadastro no site foi o do empresário.

"Na data dos fatos, o Declarante - Paulo Antônio Skaf - recebeu contato telefônico de um jornalista do Jornal Folha de S.Paulo informando que seu nome constava como signatário na Carta Pela Democracia organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo", diz o boletim.

"Como jamais apôs sua assinatura em referido documento e não forneceu seus dados pessoais para tanto, fez contato seu advogado que buscou os responsáveis pela carta para a retirada da assinatura fraudulenta, o que de fato foi feito. Consigna neste ato que foi feito uso indevido de seus dados e que deseja ver os fatos investigados", conclui.

"Assim como fizeram comigo, devem ter feito com muitos. Uma vergonha", disse Skaf à coluna nesta sexta-feira (12).

Na busca do site que abriga a carta, ele aparece como "Paulo Antonio Skaf, ex-presidente". Para fazer a adesão, o site pede somente dados básicos para cadastro da assinatura, como nome completo, CPF, endereço de email e ocupação.

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, fraudadores tentaram incluir o nome de Sergio Moro (União Brasil) e incluíram os dados corretos, mas os organizadores da carta entraram em contato com a equipe do ex-juiz e atestaram se tratar de uma tentativa de falseamento.

Nos últimos anos, Skaf foi apoiador de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a fazer parte do Conselho da República, formado para oferecer sugestões ao presidente.

No entanto, como mostrou a coluna, eles se distanciaram em 2022 e o empresário foi preterido por Bolsonaro em suas pretensões de disputar o Governo de São Paulo ou o Senado.