Na avaliação da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL), a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate deste sábado (24) não foi suficiente para arranhar sua imagem de forma definitiva.
Havia uma expectativa de que, com o petista fora, ele fosse o alvo da maioria dos ataques, até por estar em primeiro lugar nas pesquisas. Até mesmo auxiliares de Lula chegaram a ponderar que o não comparecimento poderia resultar em flancos abertos diante da impossibilidade de rebater acusações.
A avaliação na entourage bolsonarista, no entanto, é a de que os disparos contra o ex-presidente foram brandos e acabaram não conseguido gerar uma marca mais forte ou fato novo na principal aposta da campanha: episódios de corrupção nas gestões PT.
Por outro lado, auxiliares do presidente comemoraram o seu desempenho no debate. Embora tenha sido alvo de perguntas duras, Bolsonaro conseguiu rebater e destacar pontos positivos da sua gestão, avaliam. Também, na percepção da campanha, conseguiu jogar no colo do Congresso algumas das saias justas do seu governo: o orçamento secreto e cortes no orçamento em áreas como saúde e educação.
Outro ponto exaltado por aliados do presidente foi o fato de, desta vez, não ter havido episódios de descontrole ou de grosseria. Acreditam que ele conseguiu rebater nas ocasiões em que foi alvo com contundência, mas sem se irritar.
Para o QG bolsonarista, o destaque, mais uma vez, foram as candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) que, sem Lula, protagonizaram os principais embates com o chefe do Executivo. Ambas conseguiram aproveitar bem o espaço que dispuseram para se tornarem mais conhecidas e foram firmes em suas posições, segundo auxiliares do presidente.
O debate deste sábado foi organizado em pool por SBT, CNN Brasil, O Estado de S. Paulo, Terra, Veja e as rádios Eldorado e Nova Brasil. Lula não compareceu: marcou dois comícios em São Paulo na data, sendo um deles às 17h, em Itaquera — o debate foi às 18h15.
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