Autor do requerimento de criação da "CPI do Abuso de Autoridade", para investigar medidas recentes do Judiciário contra outros Poderes, o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) diz que seria natural o depoimento do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

"Tenho certeza de que ele iria espontaneamente, sem a comissão nem precisar deliberar sobre sua presença", diz.

Outros depoentes da comissão, segundo ele, seriam pessoas que sofreram com interferências indevidas do Judiciário em prerrogativas de outros Poderes, ou mesmo cidadãos comuns que tiverem sido prejudicados.

Van Hattem nega que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tenha decidido engavetar a investigação. "Ficamos de conversar na terça-feira, quando ele volta de viagem. A CPI tem muito apoio, foi assinada por deputados de 12 partidos e 19 estados", afirma.

O parlamentar afirma que ainda há tempo para que a comissão seja instalada e funcione neste final de legislatura.

"Entendo que a CPI precisa ser instalada logo para conter essa sucessão de abusos que o Judiciário vem cometendo. Ela poderia seguir funcionando durante o recesso de janeiro. E, se precisar, pode ser recriada no início da próxima legislatura, para que os trabalhos não sejam interrompidos".

O objetivo da comissão, afirma Van Hattem, não é intimidar o Poder Judiciário. "Não vejo fundamento nessa acusação. Hoje o Judiciário é que está intimidando parlamentares e cidadãos", diz.