O anúncio feito nesta quinta-feira (29) por Nísia Trindade sobre a estrutura do Ministério da Saúde, o qual comandará, causou incômodo nos integrantes do grupo setorial da transição. A futura ministra deixou de fora a sugestão do relatório final de criar uma diretoria de Saúde Mental na pasta.
O compromisso havia sido afirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o deputado federal André Janones (Avante-MG), quando ele retirou sua candidatura à Presidência da República. O próprio Lula disse a ocasião que havia convergência nas pautas e que, dessa maneira, "fica fácil fazer aliança".
O relatório final do grupo, do qual Nísia também participou, deu atenção a essa temática em função do compromisso firmado. Os técnicos que analisaram o assunto avaliaram que não seria o caso de criar uma secretaria nova na pasta, mas, sim, uma diretoria, um estrutura menor. Nem isso entrou no anúncio desta quinta.
Procurada pelo Painel, a futura ministra informou que a diretoria será recriada na sua gestão e tem sua "total adesão". "O retorno da diretoria de saúde mental é aspiração nossa de muito tempo", acrescentou.
Aliado de primeiro momento da coligação de Lula, o Avante, partido de Janones, foi preterido e ficou de fora do primeiro escalão da futura gestão. A bancada terá sete deputados federais. Janones foi um dos principais coordenadores da comunicação da campanha petista nas redes sociais.
Nísia Trindade deu uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29) ao lado do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e de ex-ministros integrantes do GT como Arthur Chioro, Humberto Costa e Gomes Temporão. Na ocasião ela destacou como mudança na estrutura da pasta a criação da Secretaria da Saúde Digital, sugestão da professora e ex-primeira-dama de São Paulo Ana Estela Haddad.
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