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Marido de secretária da Cultura de Tarcísio foi condenado em escândalo de corrupção

OUTRO LADO: Advogada de Walter Torrado afirma que ele foi envolvido indevidamente

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São Paulo

O marido de Marilia Marton, escolhida pelo governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) como sua secretária de Cultura, foi condenado por organização criminosa no caso que ficou conhecido como escândalo do Semasa, a empresa de saneamento ambiental de Santo André, no Grande ABC.

O companheiro da futura secretária, o empresário Walter Roberto Torrado, mais conhecido como Beto Torrado, responde a ações nas áreas cível e criminal a respeito de suposta participação em esquema de cobrança de propina para liberação de licenças ambientais para empresários da cidade.

O principal articulador dos crimes teria sido o então prefeito Aidan Ravin, que em 2020 foi condenado a mais de 20 anos de prisão por corrupção passiva e organização criminosa. Ele morreu em 2021.

Marilia Marton, que foi indicada para comandar a Secretaria da Cultura de Tarcísio de Freitas
Marilia Marton, que foi indicada para comandar a Secretaria da Cultura de Tarcísio de Freitas - Marcus Leoni-15.mar.2018/Folhapress

Inicialmente, Torrado foi condenado pelos mesmos crimes a mais de 14 anos de prisão. Em julho deste ano, ele foi absolvido dos crimes de corrupção, tendo sido mantida a condenação anterior por organização criminosa, com pena de dois anos e quatro meses em regime semiaberto, da qual ele recorre (veja posicionamento abaixo).

O suposto esquema, revelado pelo jornal Diário do Grande ABC em março de 2012, começava com a paralisação de processos de avaliação de licenças ambientais, para que os empresários de Santo André procurassem autoridades da prefeitura para destravá-los.

Ainda segundo a acusação, os aliados do prefeito diziam que o andamento só aconteceria mediante pagamento de propina, que era chamada de taxa de campanha eleitoral.

Torrado foi coordenador de campanha de Ravin e acusado de pagar R$ 200 mil pelos serviços prestados pelo advogado Calixto Júnior, que supostamente tinha a função de cobrar as propinas dos empresários. A informação foi dada pelo próprio Calixto durante a investigação.

Em sua decisão de julho, o desembargador Klaus Arroyo, relator do processo no Tribunal de Justiça de São Paulo, disse que as acusações de corrupção contra Torrado não foram comprovadas. Contudo, como um dos homens de confiança do prefeito, ele faria parte do núcleo palaciano da organização criminosa, da qual era um dos operadores.

Procurada, Marilia Marton decidiu não se pronunciar. Ela não é citada nos processos.

A advogada Marina Toth afirma que Torrado, seu cliente, teve o nome indevidamente envolvido no escândalo, sendo que nem mesmo ocupava cargo público.

"Seu nome foi indevidamente envolvido por ser coordenador de campanha e ter intercedido após o escândalo vir à tona, visando mitigar danos à reputação do então prefeito", afirma.

Ela afirma que Torrado tem histórico ilibado e jamais participou de qualquer ato de corrupção. Por fim, acrescenta que a condenação por organização criminosa é objeto de recursos ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

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