Para integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já há indícios claros de que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres ao menos prevaricou ao manter guardada uma minuta de decreto para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estabelecer estado de sítio no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Mesmo que seja comprovada a versão apresentada pelo ex-ministro de que ele recebeu o documento em uma audiência e o manteve em casa para descartar posteriormente, esses integrantes do governo avaliam que ele deveria ter encaminhado à PF (Polícia Federal) para averiguação por se tratar do esboço de uma tentativa de golpe. Não caberia ao ex-ministro descartar riscos, avaliam.
A percepção, no entanto, é de que a omissão nos atos de vandalismo no último domingo (8) indicam uma conivência maior com a tentativa de ruptura com o Estado democrático.
Após a Folha revelar a existência do documento, o ex-ministro afirmou em uma rede social que a minuta foi "vazada fora de contexto" e ajuda a "alimentar narrativas falaciosas".
A PF encontrou na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, uma proposta de decreto para Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE.
O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da eleição, em que Lula saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.
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