Painel

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel
Descrição de chapéu CPI do MST Congresso Nacional

MST cogita rejeitar convite para compor Conselhão de Lula

Motivo é a insatisfação com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, que tem criticado atuação do movimento

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) discute rejeitar o convite para compor o Conselhão, que deverá ser criado pelo governo Lula (PT) em maio. O motivo é a insatisfação com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, responsável pelo órgão composto que aconselha o presidente e é composto por figuras e grupos de referência da sociedade civil.

Para líderes sem-terra, especialmente da Bahia e de Pernambuco, as críticas às invasões de propriedades feitas por Padilha mostram que ele escolheu um lado, ao passo que o órgão deveria ser plural. O Conselhão reúne representantes de diversos e muitas vezes antagônicos grupos sociais, como empresários, sindicalistas, ruralistas, sem-terra, professores, representantes estudantis, entre outros.

Trabalhadores sem-terra fazem assembleia em novo acampamento erguido em área nos arredores de fazenda da Embrapa em Petrolina (PE)
Trabalhadores sem-terra fazem assembleia em novo acampamento erguido em área nos arredores de fazenda da Embrapa em Petrolina (PE) - Adriano Alves-22.abr.2023/Folhapress

O pano de fundo do debate é a irritação de Lula com a estratégia do movimento.

Em 18 de maio, Padilha disse condenar "veementemente qualquer ato que danifique áreas e processos produtivos". Na sexta-feira (21), complementou ao dizer acreditar que "o movimento e outros movimentos tenham outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a causa da reforma agrária, agricultura familiar, produção de alimentos no nosso país".

Representantes do MST também apontam suposta falta de empenho do ministro em barrar a CPI do MST, que deve ser instalada na Câmara, e dificuldade de diálogo, que teria acontecido só por meio da imprensa.

Eles também atribuem a Padilha parte da lentidão do governo para efetuar trocas no comando das superintendências estaduais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cobradas pelo movimento desde o começo do ano e efetuadas somente em abril.

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais do governo Lula, durante entrevista a jornalistas
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais do governo Lula, durante entrevista a jornalistas - Pedro Ladeira-28.fev.2023/Folhapress

A avaliação é a de que outros ministros, como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Marcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência) e Fernando Haddad (Fazenda) buscaram conversar e mostraram receptividade e abertura, ainda que, no caso do primeiro, as divergências tenham sido grandes.

Segundo eles, a insatisfação com Padilha encontra eco nas centrais sindicais e em alas do PT e de outros partidos de esquerda.

Militante da corrente petista O Trabalho, Misa Boito escreveu artigo em que criticou as falas de Padilha sobre o MST e cobrou "mais veemência para buscar realizar os objetivos que assumimos com a classe trabalhadora quando fundamos o nosso partido".

Ela ainda questiona se a condenação feita por Padilha de qualquer ato que danifique processos produtivos é uma declaração contra as greves na cidade e do campo e lembra que o PT surgiu de manifestações do tipo no ABC nos anos 1970.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.