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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Associação quer obrigar presidente a escolher mais votado para reitor

Andifes costura projeto para acabar com lista tríplice; em mais de 20 oportunidades Bolsonaro ignorou nome mais indicado

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Porto Alegre

Nesta sexta-feira (21), em Belo Horizonte, o deputado Patrus Ananias (PT) recebe representantes da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) para costurar um projeto de lei que tire a caneta da mão do presidente da República na hora de indicar reitores de universidades federais.

Hoje, cada instituição federal tem autonomia para estabelecer seus processos eleitorais, chamados formalmente de consultas ao meio acadêmico, mas elas devem resultar em uma lista tríplice de nomes cuja indicação final é do presidente.

Se a lei for aprovada, os processos eletivos continuam com autonomia, mas o nome preferido de cada instituição terá de ser o indicado. Ananias deve relatar o projeto na Câmara Federal.

Ministro Milton Ribeiro com os seis reitores que integram a Afebras
O então ministro Milton Ribeiro (ao centro) com os reitores que integram a Afebras, em fevereiro de 2022. - Luis Fortes/ Ascom MEC

Conforme a presidente da Comissão de Autonomia da Andifes e reitora da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Ana Beatriz de Oliviera em mais de 20 oportunidades nos últimos quatro anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu por nomes alheios aos resultados das consultas aos estudantes, professores e funcionários das universidades, optando por indicações políticas.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, o deputado federal Bibo Nunes (PL) se vangloriou em campanha de ter feito a indicação do reitor da UFRGS, Carlos André Bulhões, terceiro da lista tríplice, escolhido em 2020.

A proliferação de nomes ligados ao bolsonarismo nas reitorias provocou um racha na própria Andifes. Em fevereiro de 2022, com a bênção do então ministro Milton Ribeiro, reitores de seis universidades indicados por Bolsonaro fundaram uma associação própria, a Afebras (Associação dos Reitores das Universidades Federais do Brasil).

O presidente da Afebras é Cândido Albuquerque, reitor da UFC (Universidade Federal do Ceará), que foi indicado em 2019 por Bolsonaro mesmo tendo a preferência de apenas 4,6% de sua comunidade acadêmica.

Questionada se o governo Lula teria interesse em abdicar de ingerência sobre as indicações, Ana Betriz acredita que o desprendimento da gestão Bolsonaro em indicar somente aliados mudou os parâmetros de discussão sobre o tema.

"O governo Bolsonaro transformou todas as nossa expectativas e cenários. Vejo uma abertura no governo federal no sentido de que essa transformação precisa ser feita", diz.

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