Secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite disse que os críticos da Operação Escudo, que deixou 28 mortos no litoral paulista, têm parentesco com criminosos ou os idolatram.
A declaração foi dada em entrevista nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nesta segunda-feira (13).
Derrite disse que pesquisas que não foram divulgadas pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) mostraram aprovação de 84% da população paulista à operação. Na Baixada Santista, segundo ele, o índice é de 90%.
"Aqueles 10% é parente de bandido ou alguém que idolatra o criminoso e acha que a policia é o malvado na historia", afirmou o secretário.
A operação é criticada por entidades de direitos humanos e é alvo de denúncias de tortura por moradores da região. Estudo da ONG Human Rights Watch (HRW) diz que falta de perícia e problemas em laudos e depoimentos da Polícia Militar prejudicam investigação das mortes na ação.
Na live, o secretário ainda endossou argumento de Eduardo Bolsonaro de que a população vê com bons olhos o trabalho dos policiais, em contraste com alguns setores críticos da imprensa.
"Essa guerra cultural que por vezes é propagada por alguns órgãos da imprensa não encontra dissonância [ressonância] na sociedade, está fora da realidade", disse Derrite, que recentemente afirmou que parte da imprensa é canalha e trabalha a favor de criminosos.
A Operação Escudo foi desencadeada em 28 de julho, dia seguinte à morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
O PM foi baleado durante patrulhamento na Vila Zilda, em Guarujá. Ao longo da ação, ao menos 28 pessoas foram mortas, o que a tornou a mais letal da polícia paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992.
Como mostrou o Painel, o ex-presidente Jair Bolsonaro sondou o secretário de Segurança a respeito da possibilidade de disputar a Prefeitura de São Paulo em 2024. Derrite tem dito a aliados que está refletindo a respeito do convite, mas que tende a continuar no governo de São Paulo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.