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Aliados tentam dissuadir Nunes de comparecer a ato de Bolsonaro em SP

Prefeito disse que tende a participar da manifestação; ele teme perder apoio do ex-presidente na eleição

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse a pessoas próximas nesta quarta-feira (14) que a tendência hoje é a de participar do ato convocado por Jair Bolsonaro (PL), ainda que não tenha batido o martelo.

O ex-presidente é alvo de investigação da Polícia Federal por participação em suposta trama golpista para mantê-lo na Presidência. Bolsonaro marcou o ato para 25 de fevereiro, na avenida Paulista, e afirmou que pretende se defender das acusações que lhe tem sido imputadas.

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, ele poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.

Aliados do emedebista tentam convencê-lo de que o dano à sua imagem pode ser grande em caso de participação no protesto. Nunes tem buscado se apresentar como um administrador da cidade, deixando as disputas ideológicas em segundo plano.

Ricardo Nunes (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) durante evento no batalhão da Rota, em São Paulo
Ricardo Nunes (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) durante evento no batalhão da Rota, em São Paulo - Zanone Fraissat-16.out.2023/Folhapress

A ideia de sua campanha é a de evitar a polarização política com Guilherme Boulos (PSOL), que terá o apoio do presidente Lula (PT), e mostrar projetos e obras entregues pela Prefeitura de São Paulo nos últimos anos.

A presença na manifestação de Bolsonaro pode estreitar a vinculação da imagem de Nunes à do ex-presidente, dificultando a estratégia de apoio distanciado que o prefeito tenta estabelecer, avaliam aliados do emedebista que mantêm participação na gestão federal.

Segundo eles, a fotografia ou filmagem do ex-presidente com Nunes em ato no qual Bolsonaro tenta se colocar contra a investigação de sua suposta articulação de plano golpista seria o registro ideal para seus concorrentes explorarem na eleição.

Além disso, sua participação pode ser vista como endosso aos crimes que têm sido atribuídos ao ex-presidente. Por fim, pode associá-lo a discursos antidemocráticos que sejam entoados por Bolsonaro ou algum outro participante do evento.

A ida ao ato também pode gerar estremecimento na própria de base de partidos de Nunes, ponderam esses aliados. A gestão do emedebista conta, por exemplo, com diversos tucanos, que poderiam entregar seus cargos em caso de gesto explícito de apoio a Bolsonaro.

O prefeito também tenta atrair o próprio PSDB para a sua aliança partidária, o que poderia se tornar inviável nesse contexto.

O temor do prefeito, por outro lado, é o de que sua ausência gere irritação em Bolsonaro, que poderia então retirar seu apoio e lançar um concorrente alinhado ao bolsonarismo, jogando assim uma sombra nas suas chances de reeleição.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que irá ao ato. O governador de São Paulo é considerado um dos mais importantes cabos eleitorais do prefeito, o que faz com que a decisão de não participar do protesto seja mais difícil para Nunes.

"É uma manifestação pacífica a favor do [ex-] presidente, e estarei ao lado dele, como sempre estive", afirmou o governador à CNN.

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