O evento de posse do ex-ministro Aldo Rebelo como secretário municipal de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB) nesta segunda-feira (19), no prédio da Prefeitura de São Paulo, foi marcado pela presença de lideranças emedebistas de todo o país.
Compareceram o ex-presidente Michel Temer, os governadores Helder Barbalho (PA) e Paulo Dantas (AL), o vice-governador Ricardo Ferraço (ES), o líder do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), os deputados federais Alceu Moreira (RS) e José Priante (PA), o prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique, entre outros.
A articulação foi feita, em grande parte, pelo presidente do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP).
A pré-candidatura de Nunes conta, atualmente, com o apoio de 12 partidos, que pressionam por espaço e influência. O vice deve ser indicado pelo PL, sigla que se encontra dividida entre alas de bolsonaristas e políticos históricos, cada uma delas com um nome próprio para o posto. Republicanos e União Brasil também têm indicações próprias.
"O evento reforçou o espírito democrata que tem o Ricardo [Nunes]. Ele atua como ponto de equilíbrio, é ponderado, respeitoso. Tem o DNA do MDB", afirma Baleia Rossi ao Painel.
O partido foi exaltado nos discursos dos emedebistas nesta segunda-feira (19), assim como foi enfatizada a estratégia do prefeito de concentrar sua campanha eleitoral nas obras entregues, deixando a disputa ideológica em segundo plano.
"Continue da forma como você está fazendo. São Paulo não é da direita nem da esquerda. São Paulo é dos paulistanos, São Paulo é do Brasil. São Paulo é o mosaico de todos os brasileiros", disse Helder Barbalho.
Temer, por sua vez, afirmou que os conceitos de esquerda e de direita estão superados, e que as pessoas que passam fome, os desempregados e os grandes empresários não estão preocupados com essas questões, mas com problemas práticos.
Para os emedebistas, a postura de centro e o histórico de luta democrática do partido pode servir como contraponto tanto a Lula (PT), que terá Guilherme Boulos (PSOL) como seu candidato, como a Jair Bolsonaro (PL), identificado com a extrema direita.
A estratégia de focar nas realizações da gestão pode sofrer uma fissura com a decisão do prefeito de participar do ato convocado por Bolsonaro em reação à operação da Polícia Federal que mira suposta tentativa de golpe para mantê-lo no poder.
Lideranças do MDB têm argumentado que o prefeito não deveria participar da manifestação e preveem desgaste à sua imagem caso ele compareça.
Nunes, por sua vez, teme perder o apoio eleitoral do ex-presidente e tem afirmado que considera a manifestação democrática.
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