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Descrição de chapéu Folhajus TSE

Ação contra homenagem a expoente da ditadura em SP completa 6 meses sem decisão no STF

Governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) promulgou lei com tributo a Erasmo Dias em junho de 2023

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São Paulo

Protocolada no Supremo Tribunal Federal em agosto do ano passado por partidos de esquerda, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, a ação que pede a revogação da homenagem promulgada pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ao coronel Erasmo Dias, expoente da ditadura militar, completou seis meses na corte sem decisão.

A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia. No período, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República manifestaram-se contra a homenagem e disseram que ela é inconstitucional, pois enaltece o autoritarismo.

Coronel Erasmo Dias, que foi secretário da Segurança Pública de São Paulo e deputado estadual
Coronel Erasmo Dias, que foi secretário da Segurança Pública de São Paulo e deputado estadual - Lili Martins-21.nov.1997/Folhapress

O governador, por sua vez, disse que Erasmo Dias foi deputado estadual por três legislaturas e nunca foi condenado judicialmente por "atos praticados por sua vida pública pregressa".

A trajetória anterior de Dias, no entanto, assim como a dos demais militares que participaram do período repressivo, foi beneficiada pela Lei da Anistia, que, promulgada em 1979, deixou impunes os crimes cometidos pelo braço repressor da ditadura.

Com as manifestações de todos os envolvidos, foi iniciada a fase de análise da ministra para a decisão. Esse período começou em 29 de novembro.

Como revelou o Painel, a gestão Tarcísio promulgou uma lei que estabeleceu que um entroncamento de rodovias localizado na cidade natal do homenageado, Paraguaçu Paulista, passaria a ser denominado "Deputado Erasmo Dias".

Secretário de Segurança Pública de São Paulo de 1974 a 1979, ele ficou conhecido por comandar a invasão na PUC de São Paulo em setembro de 1977, na última grande operação do regime militar (1964-1985) contra o movimento estudantil. Na ocasião, estudantes faziam um ato público pela reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes).

A ação resultou na detenção de 854 pessoas, levadas ao Batalhão Tobias de Aguiar. Delas, 92 foram fichadas no Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo) e 42 acabaram processadas com base na Lei de Segurança Nacional, acusadas de subversão.

Em entrevista à Folha em 2005, Dias disse considerar que a tortura é justificável em determinados contextos e defendeu a versão oficial da ditadura de que o jornalista Vladimir Herzog, assassinado pelos militares nas dependências do DOI-Codi, cometeu suicídio.

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