Os deputados de oposição que tumultuaram a homenagem pelos 40 anos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na Câmara dos Deputados deveriam sofrer alguma punição para que o comportamento não se repita em outras sessões, defende Ceres Hadich, da coordenação nacional do grupo.
Parlamentares, entre eles o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI do MST, fizeram discursos contra o movimento na manhã desta quarta-feira (28). Hadich criticou os deputados e afirmou que eles demonstram incapacidade de respeitar a democracia e de entender o funcionamento de uma sessão solene.
"Foi mais uma tentativa de tentar usar uma grande sessão, um grande momento com a sociedade brasileira para tentar fazer disso um palco. Mas eu acredito que foram mais uma vez infelizes nessa tentativa, assim como foram durante todo o ano passado com a CPI", diz.
"São ligados a setores isolados, que praticam crimes ambientais, setores do agronegócio radicalizados, que cada vez mais estão isolados do cotidiano da sociedade brasileira e da própria democracia", afirma a integrante da coordenação nacional do MST.
Hadich diz ainda que essa "pequena porção do nosso Parlamento, que é a porção de extrema direita que não respeita a instituição", precisaria ser "em alguma medida até punida pela falta de respeito".
"É um desrespeito com a Casa, com os colegas de trabalho, com o povo brasileiro, com toda a sociedade brasileira. Espero que isso não se repita em outras sessões, acho que é raro isso acontecer, especialmente porque na maioria das oportunidades as pessoas têm o discernimento de que uma sessão solene é para se homenagear alguém. Então aqueles que não se sintam representados têm o direito de não vir."
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