Coordenador da bancada gaúcha no Congresso, o deputado federal Marcon (PT-RS) afirma que a proposta do governo Lula (PT) de suspender a dívida do Rio Grande do Sul com a União e zerar a taxa de juros por três anos "é um começo", mas que somente a anistia será suficiente para a reconstrução do estado.
O diagnóstico do parlamentar petista coincide com o do governador Eduardo Leite (PSDB), que defendeu o perdão das dívidas.
Marcon diz que a suspensão é "momentaneamente boa" e está dentro do que "é possível", e por isso o partido votará favoravelmente à proposta no Congresso. No entanto, diz, fará pressão e negociará pela anistia.
Para o parlamentar, o principal entrave para o perdão da dívida são outros estados que têm dívidas e poderiam, nesse cenário, também reivindicar a anistia.
Agricultor assentado da reforma agrária pelo MST, Marcon afirma que a enchente devastou completamente as plantações de arroz orgânico dos sem-terra no Rio Grande do Sul. "Só tem o que já foi colhido. E a água está invadindo armazéns".
Ele alerta que setores do agronegócio têm feito movimento receber perdão de dívidas sem que tenham sido afetados pela enchente.
"Não vem essa de o agronegócio botar todo mundo em um saco agora. Quem colhe soja, a maioria colheu bem. O governo não tem que anistiar todo mundo, só aqueles que perderam pelas enchentes, seja urbano ou nosso povo da agricultura familiar", conclui.
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